MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
adair de freitas - herança
Lá na volta da estrada
Onde o dia renasce
Pintando o horizonte
Que o sol desenhou
Eu me vejo sumindo
E depois ressurgindo
Feliz por ter sido
E por ter a certeza
De ser amanhã
Como hoje ainda sou
Um gaúcho consciente
Da linha de frente
Se a liberdade
Estiver em perigo
Sou feliz, vivo em paz
Pois sou cada vez mais
Parecido comigo
Sou feliz, vivo em paz
Pois sou cada vez mais
Parecido comigo
(Eu sei bem pra onde vou
Porque sei d'onde vim
Pelos rumos que fiz
Eu não quero mudar
E nem devo mudar
Se, afinal, sou feliz)
Quem nasceu nesta pampa
Ganhou por herança
Amor e respeito
Por tudo que é seu
Minha herança é um legado
Pra ser conservado
Com muita consciência
E ser repassado
Sem marcas estranhas
Por quem recebeu
E pra quê, companheiro,
Apagar o sendeiro
Que reluz no caminho
Esperando por nós?
Se o progresso chegar
Vamos acompanhar
Sem calar nossa voz
Se o progresso chegar
Vamos acompanhar
Sem calar nossa voz
(Eu sei bem pra onde vou
Porque sei d'onde vim
Pelos rumos que fiz
Eu não quero mudar
E nem devo mudar
Se, afinal, sou feliz)
adair de freitas - homenagem a gildo de freitas
Ouçam gaúchos,
Do rincão de ponta a ponta
Façam de conta
Que o meu canto não é triste
Venho falar
De um homem simples e sem luxo
Um bom gaúcho
Que entre nós já não existe
Eu tenho asco
Dessa tal morte maleva
Que chega e leva
Não pergunta, nem respeita
Levou pra sempre
Pro caminho sem regresso
O rei do verso
Trovador Gildo De Freitas
Para a família
Deste ídolo do povo
Eu que sou novo
Venho dizer com respeito
Que acompanho
Com pesar o sentimento
Que no momento
Também mora no meu peito
Muitos perguntam
Se ele era meu parente
Sinceramente,
Eu não sei se é na verdade
Por ter o mesmo
Sobrenome, não abuso
Me orgulho e uso,
Com respeito e humildade
Hoje seus fãs
Que são milhares nesta terra
Seja na serra,
Na fronteira ou litoral
Ouvem seu canto
Galopeando junto ao vento
Ou mar adentro
Onde o rio vem lamber sal
E o próprio tempo,
Que não para infelizmente
Só vai pra frente
Nem repisa o próprio rastro
Há de mostrar
Que és imortal para teu povo
Nasces de novo
Em cada flor que vem do pasto
Gildo De Freitas,
Espelho dos trovadores
Cantaste as flores,
A saudade e o tormento
Dramas tão tristes
E alegrias sem maldade
Quantas verdades
Brotaram do teu talento
Se alguém quiser
Ter o lugar de rei da trova
Não se retova
Nem se esquece desse nome
E limpa a boca
Toda vez que for falar
Pra não sujar
A imagem bugra desse homem
E limpa a boca
Toda vez que for falar
Pra não sujar
A imagem bugra desse homem
adair de freitas - cantiga da esperança
[Vamos devagar e sempre
Que a jornada é longa
E o tempo não cansa
Vamos cantando na estrada
Que o cantar alegra
E traz esperança]
Eu te convido, gaúcho,
Tu que anda triste
Pela estrada afora
Chega pra cantar comigo
Que a saudade, amigo,
Já se vai embora
Não adianta ser tristonho
Pois a vida é um sonho
Que a gente desfaz
Só a tal fatalidade
E a dor da saudade
É que nos roubam a paz
Eu sou gaúcho de fato
Sou índio gaudério
Do sul do país
Tenho orgulho em ser gaúcho
Sou pobre e sem luxo
Mas sou bem feliz
Eu não ando me queixando
Vivo trabalhando
E a honra conservo
E há gente que até me apedreja
Porque sente inveja
Da vida que eu levo
Nunca te queixes da vida
Levanta a cabeça
E caminha com fé
Pois a gente só é gente
Sendo simplesmente
O que a gente é
Não chores assim baixinho,
Se tens que chorar
Levanta a tua voz
E olha pra trás de repente,
Verás que tem gente
Mais triste que nós
adair de freitas - cantiga para um novo mundo
Quem não tem rumo se achegue,
Que eu tenho rumo pra nós,
Na velha estrada do canto
Por onde anda minha voz.
Meu verso fez um caminho
Sem grilhões e sem amarras
E se por vezes se prende
É nas cordas da guitarra
E se por vezes se prende
É nas cordas da guitarra
Quem muda os rumos do canto
Não vai a lugra nenhum
Que a cruz do canto verdade
É peso demais pra um.
Vamos cantar companheiro
Que o campo é um facho de luz
E a força de duas vozes
Divide o peso da cruz.
E a força de duas vozes
Divide o peso da cruz.
Quem canta o pago nativo
Para os irmãos do universo
É uma trincheira de guerra
Armado de canto e verso.
Sorve outro mate, parceiro,
Da seiva bugra pagã
Que há um oh de casa chegando
Na luz da nova manhã.
Que há um oh de casa chegando
Na luz da nova manhã.
Quem muda os rumos do canto
Não vai a lugra nenhum
Que a cruz do canto verdade
É peso demais pra um.
Vamos cantar companheiro
Que o campo é um facho de luz
E a força de duas vozes
Divide o peso da cruz.
E a força de duas vozes
Divide o peso da cruz.
E a força de duas vozes
Divide o peso da cruz...
adair de freitas - de já hoje
De já hoje quando estava no meu rancho
Me chamaram, me pediram que voltasse
E dos rumos donde vim eu fiz retorno
Na esperança de que a vida melhorasse
Juntei pilchas pelos cantos, e fiz canto
Pois cantando quando vim cruzei caminhos
Nesta volta os meus sonhos de distância
Trazem ânsias de rever o velho ninho
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar, saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra donde vim)
De já hoje quando vinha pela estrada
Regressando pro rincão onde nasci
Dentro d'alma galopeava uma saudade
E a vontade de encontrar o que perdi
Labaredas de algum fogo galponeiro
Vozes rudes de campeiros como eu
Mãos amigas me alcançando mais um mate
Realidades que a cidade não me deu
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar, saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra donde vim)
De já hoje quando ao tranco fui chegando
Na porteira que eu abria quando piá
Vi gaúchos que me olharam de soslaio
Nem ao menos "buenos dia" hoje se dá
Não vi pasto no potreiro rebolcado
Nem caseiro pra gritar "passe pra diante"
Não vi erva pro gaúcho tomar mate
Nem um resto de churrasco pro andante
(Quando vinha pela estrada, de já hoje
Lá no passo sofrenei o meu picaço
E esta bruta realidade mata anseios
Que eu sentia nos lugares donde vim)
De já hoje, quando vinha pela estrada
Retornando do rincão onde nasci
Esporeei o meu picaço, e num laçaço
Fui deixando para trás tudo que vi
Quero andar, andar e andar pelas estradas
E avisar quem vem de longe a regressar
Que a mentira vem tropeando mil promessas
Que a verdade já cansou de cabrestear
adair de freitas - meu canto
Meu canto não conhece desencanto
Vem peleando a tanto tempo
Mas não cansa de pelear
Hoje já se ouve a ressonância
Dessa voz de peão de estância
Conquistando seu lugar
Meu canto, se quiser eu te ofereço
Pois ninguém me bota preço
Quando não quero cantar
Meu canto, companheiro, não se iluda
É como um cavalo de muda
Que cansou de cabrestear
(Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando deste chão)
Meu canto, não é mágoa, não é pranto
Nem passado, nem futuro,
Que o presente é mais verdade
Hoje o amanhã não me fascina
Tenho o ontem que me ensina
Mas não vivo de saudade
Canto nesta terra onde me planto
Mas não pise no meu poncho
Que eu empaco e me boleio
Canto pra pedir mais igualdade
Quem não gosta da verdade
Que se aparte do rodeio
(Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando deste chão)
Canto, e minha voz quando levanto
Não traz ódio nem maldade
Coisas que não sei sentir
Não que seja mais que qualquer outro
Nem mais taura, nem mais potro,
Se disser eu vou mentir
Peço pra quem julga e dá conceito
Que esqueça o preconceito
E me aceite como sou
Manso como água de cacimba,
Mas palanque que não timbra
Porque o tempo enraizou
(Meu canto tem cheiro de terra e pampa
É um andejo que se acampa
Tendo o mundo por galpão
Grita pra que o mundo inteiro ouça
É raiz de muita força
Rebrotando neste chão)
adair de freitas - polka do serro chato
Nos fandangos da fronteira,
De Rivera e Livramento
Conheci um mulato sério
Índio bom cento por cento
Com a cordeona nos braços
Era um artista de fato
Ficou famoso tocando
A Polka Do Serro Chato
Dava gosto de se ver
Quando a cordeona se abria
E as mãos rudes do moreno
Esparramando alegria
Adonde és companheiro
Aonde estiver morando
A Polka Do Serro Chato
Por certo estará tocando
O pago todo sorria
Com o sorriso deste taita
E a gauchada bailando
Ao som crioulo da gaita
Pra que o pago não te esqueça
Hoje faço este relato
E adonde és, eternize
A Polka Do Serro Chato
adair de freitas - previsão
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai)
E é por isso
Que o campeiro se agasalha
Porque sabe que não falha
A previsão de vaqueano
Mesmo aragano
Sabe que é dura a peleia
Quando a tempito ao enfeia
Pro lado dos castelhanos
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai)
Isto é costume
Da gente lá da fronteira
Gente boa sem fronteira
Que observa a Natureza
É sutileza do peão, e está provado
Se armando pra aquele lado
Chove chuva com certeza
(O tempo se armou de fato
Lá pra o lado do Uruguai
Vai chover barbaridade
E sem poncho ninguém sai)
A vida é um tempo
Temporal, vento maleva
E a vida que a gente leva
Leva o tempo pela mão
Meu bom patrão,
Que alegria se eu previsse
Que a chuva do amor caísse
Nos ranchos do meu rincão
adair de freitas - romance de rio e remo
Quando o sol vier debruçar
Nas barrancas deste rio
Com certeza vou buscar
As loucuras do teu cio
E meus remos serão rimas
Pra cantar noites de ronda
Darão rumo às minhas cismas
No claro cristal das ondas
(Essa longa espera
Feita de quimeras
Em realidade
Vamos transformar
A felicidade
Existe, querida
Nas mãos estendidas
De quem sabe amar
Eu serei o rio
Tu serás a praia
E assim como eles
Em busca da foz
Seguiremos juntos
O mesmo caminho
E todos os caminhos
Serão para nós)
Eu campeiro e domador
Rio adentro me perdi
Encontrei um remador
A domar ondas pra ti
Mas a culpa é da saudade
Que me faz todos os dias
Transformar a tempestade
Deste amor em calmaria
(Essa longa espera
Feita de quimeras
Em realidade
Vamos transformar
A felicidade
Existe, querida
Nas mãos estendidas
De quem sabe amar
Eu serei o rio
Tu serás a praia
E assim como eles
Em busca da foz
Seguiremos juntos
O mesmo caminho
E todos os caminhos
Serão para nós)
(Seguiremos juntos
O mesmo caminho
E todos os caminhos
Serão para nós)
adair de freitas - canto alegretense
Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã
[X2]
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão
[X2]
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy
adair de freitas - changueiro de vida e lida
Quando acabarem-se as esquilas
Pra onde irei, pra onde irei?
Talvez changuear para juntar mais alguns pilas
Que sempre gasto mais depressa que ganhei
Vou assolear meu poncho velho
Fiel parceiro, fiel parceiro...
O João Maria me avisou de lá do povo
?Conta comigo pra tropear pra um saladeiro?
E assim será,
Porque haverá de ser assim a vida de um peão
Changueando a lida vida afora sem buscar razão
Nem me interessam outro moldes se não for assim
E viverá
Porque viver sendo changueiro é tudo o que aprendeu
Sabe que as preces nada valem pra quem é ateu
Nem catecismos pra quem não tem fé
Quando acabarem-se as esquilas
Pra onde irei, pra onde irei?
Talvez changuear para juntar mais alguns pilas
Que sempre gasto mais depressa que ganhei
Vou assolear meu poncho velho
Fiel parceiro, fiel parceiro...
O João Maria me avisou de lá do povo
?Conta comigo pra tropear pra um saladeiro?
Vou madrugar
Passar na venda, encher a mala de garupa e sair
Galope alegre rumo ao rancho pra fazer sorrir
Minha chinoca e os piazitos que esperando estão
E vou ficar
Dois ou três dias para matar esta saudade enfim
Juntar as garras e partir, pois tem que ser assim
Meu rancho é o mundo e as estradas... se nasci peão
Quando acabarem-se as esquilas
Pra onde irei, pra onde irei?
Talvez changuear para juntar mais alguns pilas
Que sempre gasto mais depressa que ganhei
Vou assolear meu poncho velho
Fiel parceiro, fiel parceiro...
O João Maria me avisou de lá do povo
?Conta comigo pra tropear pra um saladeiro?
E então irei
Mas uma vez, pingo de tiro pelo corredor
A repisar meu próprio rastro, sempre campeador
E auroras novas que iluminam o pago de onde vim
E cantarei
Meu canto alerta, terra e fogo, changueador também
Com a certeza que na vida nada nem ninguém,
Há de domar o potro xucro que escarceia em mim
adair de freitas - milonga do vaqueano
Conheço as manhas da vida
Na estrada nunca me engano
Por isso que no meu pago
Me chamam de vaqueano
Conheço a vida do campo
E as manobras da cidade
Conheço o Rio Grande amado
Bonito barbaridade
Conheço a china sincera
E a que usa falsidade
Por isso nunca me enredo
Nas maneias da saudade
Conheço as manhas da vida
Na estrada nunca me engano
Por isso que no meu pago
Me chamam de vaqueano
Aprendi chorar cantando
Pra disfarçar a existência
Aprendi sorrir chorando,
Felicidade é uma ciência
Conheço a dor da saudade
Quando está longe a querência
Conheço o amigo-amigo
E o amigo-conveniência
Conheço as manhas da vida
Na estrada nunca me engano
Por isso que no meu pago
Me chamam de vaqueano
Quem sabe mais do que pensa
Sempre pensa em saber mais
Quem nada sabe dispensa
Que o saber nunca é demais
Mas eu que sou vaqueano
Sei donde vens, pra onde vais
E a gente que é como joio
Caminhando entre os trigais
adair de freitas - milonga para um gauderiar
Essa gana de cruzar estradas
Procurar por nada
Sem saber por que
É uma balda que peguei no rito
Porque o infinito
Quem parar não vê
Essa ânsia de beber lonjuras
Madrugadas puras
Que meu pago tem
Ensinou-me a gauderiar sozinho
E me fiz caminho
Pra meu próprio bem
E o motivo desse meu entono
É que fiz um trono
Do meu sirigote
Sobre o lombo do meu flete amigo
Que se vai comigo
Estradeando ao trote
[Me encontrei por andar
Por andar me encontrei
Só do mundo é que eu sei
Nesse meu gauderiar]
Quantas vezes um olhar de china
Quis roubar-me a sina
Que a vida me deu
Mas eu sempre refuguei cadenas
E me fui sem pena
Quando amanheceu
Nem eu mesmo, campesino sério
Sei qual é o mistério
Do meu campejar
E o motivo que me faz liberto
Sem ter rumo certo
Nem onde chegar
Mas eu sei que voltarei à essência
Pois quem tem querência
Sempre voltará
Nem que seja bem depois da vida
Renascer na lida
De um gaúcho piá
[Me encontrei por andar
Por andar me encontrei
Só do mundo é que eu sei
Nesse meu gauderiar]
Essa gana de cruzar estradas
Procurar por nada
Sem saber por que
É uma balda que peguei no rito
Porque o infinito
Quem parar não vê
Essa ânsia de beber lonjuras
Madrugadas puras
Que meu pago tem
Ensinou-me a gauderiar sozinho
E me fiz caminho
Pra meu próprio bem
[Me encontrei por andar
Por andar me encontrei
Só do mundo é que eu sei
Nesse meu gauderiar]
adair de freitas - pampeano
Pampeano monta o flete da esperança
Pra percorrer os campos do porvir
Esquece das espadas e das lanças
Que a luz de um novo mundo vai surgir
Os marcos e alambrados não dividem
O amor por esta terra nos hermana
Serão um grande exemplo para o mundo
Os filhos da mãe pátria americana
Nas asas do condor quero voar
Nos rumos do minuano quero ir
Levando um canto novo pra cantar
Buscando um novo canto para ouvir
E nesta vastidão de campo e céu
Tornar reais meus sonhos de guri
Ao ver a pampa unida ser feliz
Na América Do Sul onde nasci
Nos olhos do pampeano a mesa luz
Nas mãos a mesma lida, a mesma fé
Os sonhos são iguais, igual o campo
Na terra o mesmo rumo pra seus pés
Nos campos e cidades a mesma luta
Buscando um amanhã com igualdade
Ainda viveremos para ver
Desabrochar a flor fraternidade
Nas asas do condor quero voar
Nos rumos do minuano quero ir
Levando um canto novo pra cantar
Buscando um novo canto para ouvir
E nesta vastidão de campo e céu
Tornar reais meus sonhos de guri
Ao ver a pampa unida ser feliz
Na América Do Sul onde nasci
adair de freitas - quando tropear é um ofício
A tropa vai ao tranco estrada à fora
fareja o próprio rastro sem saber
que a morte desde "onteonte" faz negaça
e os caminhos que hoje passa
nunca mais irá volver.
O berro, a poeira, o grito dos tropeiros
se perdem na amplidão desses confins
e aos poucos me dou conta que o destino
da tropa e do tropeiro é o mesmo enfim.
REFRÃO:
Criado desde piá pelas estâncias
a magia das distâncias
eu sonhava decifrar.
Rumbeando a estrada livre dos tiatinos
encontrei no meu destino
este ofício de tropear.
Sou parte destes berros, desta poeira
destes gritos, vida inteira
na culatra ou no fiador,
fascínio da sonata de um cincerro
que escutei por trás dos cerros
num sem fim de corredor.
Quem traz dentro da alma este xucrismo
de andar buscando a luz dos horizontes
forjado no rigor da dura lida
sabe que a sede de vida
semata na própria fonte.
Não teme o sol que abrasa os corredores
ou o frio de uma garoa galopeada
assim é o homem livre dos caminhos
que um dia, por querer, se fez estrada.
REFRÃO.....................................................
Cds adair de freitas á Venda