fogo no corpo

Marcelo

Ele era moço, mas meio insosso
Não curtia nada, nem bebia nem fumava
Não jogava bola e não ia à praia
Branco como a lua, não fedia nem cheirava

Ele era assim, tão sem jeito, tão sem querer
O seu olhar era triste e sem brilho
Era um cara sério como um calendário
Sempre no horário, todo dia um quilo certo

Tinha medo de chuva, de correr perigo
Medo do futuro, medo de ter um amigo
Ele era um pouco você, eu e qualquer um
Fazendo contas e planos prá nada

Hoje ainda me lembro, sete de setembro
Foi para Brasília e tocou fogo no corpo