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Fernando Farinha
a todos o que é de todos
Sempre que me vou deitarAntes do sono me dar
Trago o mundo à minha mente
E sem sabe-lo entender
Sofro por ele não ser
Igual para toda a gente
E perante tal visão
Que me aperta o coração
Choro quem, por mal estranho
Cumpre uma sina daninha
Sem ter cama como a minha
E uma casa como eu tenho
Sempre que à mesa me sento
Na hora em que me alimento
Logo a ideia me salta
Que embora simples manjar
Estou eu a saborear
Aquilo que a muitos falta
Neste mundo sem sentir
Não deviam existir
Situações tão desiguais
Nem grandes nem tão pequenos
Nem tantos terem de menos
Nem outros terem demais
Onde está o nosso Deus
Que é p? lo bem dos filhos seus
Que não quer fome nem guerra
Porque andará Deus assim
Tão esquecido, sem por fim
Ã?s desgraças que há na terra
Ã? Deus se és tão milagroso
Põe no mundo ambicioso
A tua divina mão
Traz à terra o doce bem
De não faltar a ninguém
Casa, paz, amor e pão