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Craveiro E Cravinho
cadeira de balanço
Na cadeira de balançoVi meu pai se balançando
Eu sabia direitinho
O que ele estava pensando
De uma sala escondi
Seu rosto fiquei olhando
Comparei com uma bandeira
Que o tempo vai arreando
Bandeira feita de lida
No velho mastro da vida
Solitária tremulando
Conforme a cadeira ia
Ia pra traz depois voltava
Nos braços frios de madeira
Os seus braços descansavam
Ali o filme do tempo
Na minha mente passava
Senti uma gota de pranto
Que no meu rosto rolava
Percebi naquela hora
Que o mocinho de outrora
Na cadeira cochilava
Bandeira feita do tempo
Que o próprio tempo bordou
Cada ponto de tristeza
O seu rosto registrou
Ã? um marco de saudade
Que no coração ficou
De um soldado veterano
Que na luta aposentou
Todas as minhas faculdades
Não me ensinaram a metade
Do que meu pai me ensinou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)