MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
zé tapera e teodoro - dinheiro emprestado
As minhas economias que a tempo eu tinha guardado
Se as coisas se apertassem eu estava preparado
Porém veio meu compadre um tanto desesperado
O meu coração sentiu quando o compadre me pediu
Meu dinheiro emprestado
Com prazo de 30 dias o dinheiro eu empresto
Para evitar que seu nome fique sujo no protesto
Amigo é pra essas horas, a gente faz o que pode
Isso é coisa provisória, será nossa promissória
Sua palavra e seu bigode
Passaram os 30 dias o nosso prazo venceu
Esperei o meu compadre, ele não apareceu
Eu fui lá na casa dele, mas quando ele me atendeu
Eu falei do meu dinheiro, e para meu desespero
Ele quase me bateu
- O que que o senhor quer aqui em casa
- Eu quero receber aqueles 2 mil que eu te emprestei
- Ninguém tá pagando ninguém, não vou pagar o senhor
- Mas quem não paga compadre, é caloteiro
- Caloteiro não compadre, eu sou inadimplente
- Inadimplente, inadimplente não sei o que que é não, mas eu sei o que é sem vergonha
- E o senhor é um velho retardado, some daqui RT
- Fique com essa esmola pro senhor
Eu perdi o meu dinheiro, perdi o amigo também
Agora de hoje em diante não empresto um vintém
Me serviu como um exemplo, foi meu derradeiro trampo
Quem estiver apertado, quiser dinheiro emprestado
Que vá emprestar no banco
zé tapera e teodoro - japonês no saravá
Um japonês muito rico
Um famoso fazendeiro
Começou a namorar
A filha de um brasileiro
Somente pra passar tempo
Um namoro passageiro
O amor da pobre moça
Era puro e verdadeiro
Japonês não quis casar
Deixou a moça chorar
Preferiu viver solteiro
Lá no campo da fazenda
Um sapo a moça enterrou
No prazo de pouco tempo
O japonês se quebrou
Sua lavoura de batata
Veio a mucheira e matou
A lavoura de tomate
A ferrugem devorou
Pra salvar as plantações
Ele gastou seus milhões
Mas disso adiantou
Vendo tudo de água abaixo
Acabando o seu dinheiro
O japonês resolveu
Procurar um macumbeiro
Foi pro estado da Bahia
Cidade de Juazeiro
Afim de limpar seu corpo
E tirar seu desespero
Num saravá ele entrou
A sua história contou
Pro velho pai do terreiro
(â??conversa do japonês com o pai de santoâ?)
O japonês fez certinho
O que o baiano mandou
Chegou na sua fazenda
O sapo desenterrou
Com a moça brasileira
Mais que depressa casou
Graças a este trabalho
Sua riqueza voltou
Vive feliz no seu lar
Pro baiano batizar
Seu filhinho ele levou
(â??- Com lincença, non senhoro!
Japoneso agora muito contente tá
Deu certo o que eu falei pra tu?
Bastante senhoro. Japoneso casô com moça fundo de copo, essa que tá aqui
Japoneso até trazeu o japonesinho pra batizá
Agora japonesinho tá todo verdinho, verdinho
Japoneso agora qué sê compadre pai de santo, ê ê ê, garantido, no? â?)
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - a prece do inocente
Numa casinha bem distante do arraial
Era um casal que há muitos anos vivia
Casado há tempo tinha um filho somente
Obediente, o que mandava ele fazia
Sua mãezinha só vivia trabalhando
Sempre ajudando a ganhar o pão de cada dia
Mas o seu pai, um canalha mascarado
Embriagado e na mulher sempre batia
Um certo dia esperar já era tarde
Lá da cidade foi chegando o beberrão
Para o filhinho nem um presente sequer
A pra mulher trazia a faca na mão
O inocente ouvindo aquele grito alto
Entrou no quarto e pôs o joelho no chão
Talvez pensando em ver a mãezinha morta
Com as mãos postas fez a sua oração
(â??Meu santo Deus poderoso, Vós que tendes grande poder
Mamãe é tão boazinha e não merece morrer
Depois papai será preso e qual será o meu fim?
Ao invés de matar mamãe, mande então matar à mimâ?)
Estas palavras pronunciadas com amor
Nosso Senhor não faltou com a providência
Por um milagre o homem voltou a calma
Sentiu na alma a doer a consciência
E abraçando a mulher e seu filhinho
Rezou baixinho e pra Deus pediu perdão
Daquele dia ninguém mais o viu bebendo
Estão vivendo na mais completa união
(â??Obrigado Papai do céu por ter ouvida minha preceâ?)
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - casa fechada
Casa fechada...
Casa trancada...
Ela foi embora me deixou sozinho me abandonou...
Minhas camisetas...
Todas amarrotadas...
Casa bagunçada ela se mandou...
Ela estava no baile dançando com outro...
De rosto colado zombando de mim, e o baile era assim...
Esta noite vou beber a noite inteira...
Perdi minha companheira...
A mulher que eu tanto quero...
Eu não importo, o que vão falar de mim...
Eu preciso agir assim, ou então me desespero...
Ã? muito triste, ver nossa casa fechada....
Lembrar que lá foi morada, até dois meses atrás...
E uma mulher que o destino nos uniu, agora se despediu...
E não volta nunca mais...
Como é que pode esquecer fácil assim...
Te peço volte pra mim...
Para fim dar a minha dor...
Eu quase morro ao ver tão abandonada...
A nossa casa fechada...
Que construí com amor...
{BIS}
Casa fechada...
Casa trancada...
Ela foi embora me deixou sozinho me abandonou...
Minhas camisetas...
Todas amarrotadas...
Casa bagunçada ela se mandou...
Ela estava no baile dançando com outro...
Querendo confusão, me chamou de bundão e ficou no bailão...
Garçom amigo...
Traga mais uma garrafa...
Somente bebendo passa...
Esta solidão malvada...
Só quando bebo...
Ã? que passo lá na rua...
Onde ainda continua...
A nossa casa fechada...
As nossas flores...
Agora já não existem...
Murcharam e ficaram tristes...
O nosso jardim morreu...
A solidão...
Agora é dona de tudo...
Pra mim acabou o mundo...
Depois que ela me esqueceu...
Como é que pode esquecer fácil assim...
Te peço volte pra mim...
Para fim dar a minha dor...
Eu quase morro ao ver tão abandonada...
A nossa casa fechada...
Que construí com amor...
{BIS}
zé tapera e teodoro - a moça do retrato
O paulinho retratista
Das férias tinha voltado
Ao regressar ao trabalho
Não achou o empregado
Encontrou entre os retratos
Um recente revelado
Era um rosto de mulher
Um lindo anjo encantado
Admirando o retrato daquela tão linda flor
Paulinho sentiu bater seu coração sonhador
Seus olhos admirava este rosto encantador
Pela moça do retrato paulinho sentiu amor
O rapaz apaixonado só vivia a esperar
Que aquela linda moça viesse a foto buscar
Foi indo que até um dia no estúdio viu entrar
Uma senhora de idade para o retrato levar
Paulinho desesperado pra mulher assim dizia
Porque a moça não veio buscar a fotografia
Ouvindo a triste resposta o rapaz estremecia
Toda a sua esperança se acabou naquele dia
Não fique triste rapaz o destino
Ã? mesmo ingrato
No tempo da mocidade eu fui bonita de fato
Há muitos anos guardei este negativo intato
Por incrível que pareça sou a moça do retrato
zé tapera e teodoro - amor que eu perdi
Eu perdi meu amor
Quem me ajuda a procurar?
Procurei meu amor
Mas não pude encontrar
Foi embora daqui
Para onde eu não sei
Veja quanto sofri
Veja quanto chorei
Sem amor de alguém
Eu não posso ficar
Eu estou sem ninguém
E o remédio é cantar
Procurei pelas ruas
Mas ninguém soube informar
Perguntei para a lua
Ela não soube explicar
Foi embora daqui
Para onde eu não sei
Veja quanto sofri
Veja quanto chorei
Sem amor de alguém
Eu não posso ficar
Eu estou sem ninguém
E o remédio é cantar
Consultei meu coração
Só ouvi ele suspirar
Perguntei ao meu violão
Vi as cordas soluçar
Foi embora daqui
Para onde eu não sei
Veja quanto sofri
Veja quanto chorei
Sem amor de alguém
Eu não posso ficar
Eu estou sem ninguém
E o remédio é cantar
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - minha mágoa
Nunca mais eu vi aquela mulher
Que um certo dia me pertenceu
Nunca mais beijei seus lábios de mel
Nunca mais eu vi um sorriso seu
Nunca mais senti o seu coração
Bater bem forte juntinho do meu
Só sinto agora a recordação
A lembrança amarga do nosso adeus
Não sei se ela vive
Ou se já morreu
Se ela é feliz
Ou sofre como eu
Meu peito esconde toda a minha mágoa
E desilusão que já recebeu
Ã?s vezes eu trago os olhos rasos dâ??água
Em pensar que ela já me esqueceu
Quem me ver cantando diz que eu sou feliz
Mas meu coração sabe o que sofreu
Nunca mais eu soube nem notícias dela
Só sei que pra sempre desapareceu
Não sei se ela vive
Ou se já morreu
Se ela é feliz
Ou sofre como eu
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - vai embora tristeza
Tristeza porque você não vai embora
E faz esta saudade te acompanhar
Tristeza porque você não vai agora
E mande a felicidade em seu lugar
Tristeza vai pra lá, saudade vai também
Vem felicidade traz de volta o meu bem
Tristeza vai pra lá, saudade vai também
Vem felicidade traz de volta o meu bem
Tristeza porque você não vai embora
E faz esta saudade te acompanhar
Tristeza porque você não vai agora
E mande a felicidade em seu lugar
Tristeza vai pra lá, saudade vai também
Vem felicidade traz de volta o meu bem
Tristeza vai pra lá, saudade vai também
Vem felicidade traz de volta o meu bem
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - adeus meu amor adeus
Adeus meu amor, adeus
Eu preciso partir agora
Já não sou seu amor preferido
Adeus, adeus meu amor, vou embora
Reconheço, sou simplesmente
Um alguém a lhe procurar
Um alguém quase louco de amor
Que você já não ama e só quer maltratar
Pelo mundo vou procurando
Outro amor que me possa ajudar
A encontrar outra vez meu caminho
Que um dia perdi ao lhe acompanhar
Adeus meu amor, adeus
Eu preciso partir agora
Já não sou seu amor preferido
Adeus, adeus meu amor, vou embora
Caminhos por onde eu andar
Levarei só tristeza comigo
Ao lembrar que lhe dei tanto amor
Além de te amar sempre fui teu amigo
Desse amor levarei só lembrança
A esperança que em mim não morreu
Encontrar nesta minha procura
Alguém tão sozinho assim como eu
Adeus meu amor, adeus
Eu preciso partir agora
Já não sou seu amor preferido
Adeus, adeus meu amor, vou embora
Já não sou seu amor preferido
Adeus, adeus meu amor, vou embora
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - camponesa
Você é a camponesa
Que foi princesa no meu sertão
Um dia quis ir embora
E hoje chora desilusão
Quis viver na cidade
Hoje não sabe sorrir contente
Quem foi boneca risonha
Ficou tristonha eternamente
Trocou o seu paraíso
Por um sorriso de fingimento
Agora chora cantando
Sorri chorando de sentimento
A sorte por um capricho
Jogou ao lixo seu proceder
Agora sofre demais
Porque nem seus pais não querem te ver
Lá no seu bairro agora
Seu nome rola de déu em déu
Seus pais muito envergonhados
Vivem magoados com seu papel
Você não deve voltar
Nem pra passear lá no bairro seu
Deve deixar esquecida
A terra querida onde nasceu
Você é a rosa inocente
Que sente-se desfolhada
Mas não fique aborrecida
Não dê a vida por terminada
Lutando contra a derrota
Vire as costas pra desventura
Pois ainda tem a beleza
Da camponesa de alma pura
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - despacho de macumba
Sexta-feira à meia-noite
Eu já estava deitado
Quando escutei um barulho
Levantei desconfiado
Era um velho macumbeiro
Das bandas da Água Rasa
Que veio fazer despacho
No portão da minha casa
De dentro eu assistia
Pela fresta da vidraça
Tinha quatro vela acesa
E um litro de cachaça
Tinha uma galinha preta
E um sapo morto no chão
Deste jeito ele falava
Ajoelhado em meu portão
declamado:
(â??As corrente indiana fincam no espaço
Os corredô das caatinga do norte
Há de baixá no terreiro desta casa
Pra enrroletrá a vida deste cabra
Nesta casa todas as coisas tem que ir por água abaixo
A paz há de se transformá em desespero
O amor há de se transformá em ódio
O sorriso há de se transformá em lágrima
E a felicidade há de transformá em eterna separaçãoâ?)
Eu dei um pulo pra fora
Dei um grito no terreiro
Quando cheguei no portão
Não vi mais o macumbeiro
Das velas fiz uma cruz
Queimei em cima do sapo
Mandei a pinga pra goela
E a galinha foi pro papo
Esse velho macumbeiro
De tudo se arrependeu
O mal que ele me fez
Ele mesmo recebeu
Meu avô sempre dizia
Um ditado verdadeiro
Que às vezes o feitiço
Vira contra o feiticeiro
Que às vezes o feitiço
Vira contra o feiticeiro
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - enxugue teu pranto
Você subiu demais
Esqueceu da descida
Pensando que na vida
Tudo era felicidade
Você subiu demais
Esqueceu um grande amigo
Esqueceu que no mundo
Existe tanta falsidade
E agora você volta
Chorando arrependida
Bater na mesma porta
Que um dia você fechou
Pode entrar
Eu lhe darei roupa e comida
Terá abrigo por toda a vida
Felicidade, paz e amor
Não precisa chorar
A casa ainda é sua
Eu já lhe perdoei
Não viva mais na rua
O mundo lhe ensinou
Como deve viver
Enxugue o seu pranto
E deixe de sofrer
Não precisa chorar
A casa ainda é sua
Eu já lhe perdoei
Não viva mais na rua
O mundo lhe ensinou
Como deve viver
Enxugue o seu pranto
E deixe de sofrer
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - eterno apaixonado
Amor doce ilusão de minha vida
Onde tu estás?
Será que não se lembra deste homem
Que nasceu e vive só para te amar
Não sei se é possível me querer
O tanto quanto eu te quero bem
Eu passo a vida inteira lamentando
De paixão quase chorando
De saudade de você
Eu passo a vida inteira lamentando
De paixão quase chorando
O que não quero é te esquecer
Sou eu o seu eterno apaixonado
Sou eu por você tão desprezado
Sou eu o grande amor de sua vida
Porque amor sofro tanto querida
zé tapera e teodoro - fazendeiro sanguinário
Este fato aconteceu
No Triângulo Mineiro
O senhor Antonio Bento
Era um grande fazendeiro
Augusto era um moço pobre
Era filho de um roceiro
Mas a filha do patrão
Por ele sentiu paixão, amor puro e verdadeiro
Muitos beijinhos trocaram
Escondidos e ninguém viu
Quando foi um certo dia
O rapaz se decidiu
Pediu ela em casamento
O velho não consentiu
O rapaz não tinha medo
Mas pra não perder o emprego calou a boca e saiu
Tinha um outro fazendeiro
Que ali por perto morava
Por divisa de terreno
Com o Bento não se dava
Um dia de tardezinha
Um bandoleiro chegava
Dizendo pra Antonio Bento
- Está chegando o momento de acertar o que faltava
Augusto vinha chegando
Pra tratar das criação
Quando ouviu estas palavras
Já ficou de prontidão
Quando a fumaça subiu
Foi aquela confusão
Mas em vez do fazendeiro
O malvado bandoleiro que ficou morto no chão
Antonio Bento falou
Com a voz rouca e tremida
Augusto não tenha medo
Você salvou minha vida
Vou lhe dar como presente
A minha filha querida
E o rapaz que era pobre
Agora também é nobre e a batalha foi vencida
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
zé tapera e teodoro - herdeiro de lampião
Nasci com a sina de ser perigoso
Cresci no sistema do povo do norte
Usava na cinta facão bem comprido
Garrucha dois canos da marca La Forte
Nas festas que eu ia disposto a brigar
Quem me conhecia saía de trote
As moças bonitas dançavam comigo
Os homens dançavam era no meu chicote
Um dia encontrei um cabra valente
Ele puxou da arma mas não teve sorte
Fiz ele passar debaixo de um cerca
Rasgar toda a roupa e quebrar o cangote
Meu nome correu por todas as partes
Ficou conhecido o â??demo do norteâ?
Ainda tenho o facão que eu ganhei do Lampião
Parece punhal dos dois lados tem corte
Da vida eu levo já ando cansado
Só pedindo à Deus pra que mande a morte
Não acho ninguém que me tira a vida
Porque sou valente, sou rijo e sou forte
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Cds zé tapera e teodoro á Venda