tânia maya - o professor
Quem com pó de giz
Um lápis e apagador
Deu o verbo a Vinicius
Machado de Assis, Drummond?
Quem ensinou piano ao Tom?
Quem pôs um lápis de cor
Nos dedos de Portinari,
picasso e Van Gogh?
Quem foi que deu asas a
Santos Dumont?
Crianças têm tantos dons
Só que, às vezes, não sabem
Quantos só se descobrem
Porq
tânia maya - no final da brincadeira
Deixa eu tentar
Mesmo que não seja o mesmo lugar
Mesmo que não seja a mesma canção
Deixa eu fingir que é possível tentar
Faz isso não
Não me conta que o destino escapuliu
Que não há como ir buscar o que partiu
Deixa o tempo andar pra trás
Tenta deixar
Que não seja como sempre será
Tudo igual ali no mesmo lugar
Vento morno ranço e desespero
Deixa estar
Não demora a gente volta a brincar
Como se o começo fosse voltar
No final da brincadeira
tânia maya - procura
Noite clara, vento frio
Um quarto escuro, um corredor Meu silêncio, seu vazio Um coração navegador
Eu te procuro em lugares desertos
Poeira, solidão
Os nossos planos são todos incertos
Iguais à ilusão
Uma visão, uma saudade
seu retrato em meu olhar
Calmaria, tempestade
O tempo passa devagar
Eu te procuro em lugares incertos
Poeira, ilusão
Os nossos planos são todos desertos
Iguais à solidão
Quando os anjos caírem do céu
Será que você vem?
E as estrelas souberem dizer o que é que você tem ...
Noite clara, vento frio
O seu retrato em meu olhar
Meu silêntio, seu vazio
O tempo passa devagar
tânia maya - se puder sem medo
Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pra eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pra eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pra eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava
tânia maya - serenô
Serenô, eu caio, eu caio,
Serenô deixa cair,
Serenô da madrugada
Não deixou meu bem dormir.
Minha vida, ai, ai, ai,
É um barquinho, ai, ai, ai,
Navegando sem leme e sem luz.
Quem me dera, ai, ai, ai,
Que eu tivesse, ai, ai, ai,
O farol de teus olhos azuis.