MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
ruy maurity - a casa da santa branca
1970
Como se fosse lenda, tabuleta no portão:
?Esta casa está à venda?, foi de outra geração...
E assim, pra onde ninguém foi, eu vou
Levando o som do meu flautim
Eu vou tentar sair de mim. (Repete)
Entre palavras, entre paredes, tudo
Parecia sempre tão igual
O mesmo castiçal antigo
E o abrigo da Santa, branca
Lá no meu quintal.
Entre palavras, entre paredes deixo
A saudade escrita num olhar
Os móveis no lugar, o vento
E os pássaros, soltos, presos, lá no meu pomar
Janela, madrugada, sobre um banco de jardim
E a grama está molhada ? é manhã, é sol pra mim!...
(Repete II)
Contribuição de:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos ? SP
?Na Ciência, Fé Eterna!?
ruy maurity - movimento geral
1970
Movimento geral, o fato fatal
Nós estamos na rua, viva o homem normal
Que lê seu jornal e passeia na lua
Viva a dor natural, a selva, o sal
A primeira aventura, movimento em mim
Ciranda, festim, a varanda na lua
Voam mísseis no céu, a noite, o bordel
Distraída ternura, a lua nova é postal
Espanto final, quem não viu?
Vou decifrando você em cada ponto do céu
Imagem viva, bom-gosto, seu rosto mágico se perdeu
Imagem longe de mim, velocidade com luz
Uma cantiga, saudade, no sul da tarde, mil anos-luz
Movimento geral, o fato fatal
Nós estamos na rua, viva o homem normal
Que lê seu jornal e passeia na lua
Viva a dor natural, a selva, o sal
A primeira aventura, movimento geral,
Movimento geral, movimento geral.
Contribuição de:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos ? SP
?Na Ciência, Fé Eterna!?
ruy maurity - festa crioula
(1977)
A lua, a lua no banguê é bamborê
A lua, a lua no banguê é canjerê (4 vezes)
Ó estrela navegante, ó pastora de Oxalá
Iemanjá, mãe e amante, és a terra e o mar
És o pão de cada dia e o sonho de Ogá
A lua, a lua no banguê é bambolê
A lua, a lua no banguê é canjerê (2 vezes)
Ó estrela, ó pastora, ó profundo azul do mar
Minha raça é crioula pelas chagas de Oxalá
Minha cruz está no sangue e o meu canto está no ar
A lua, a lua no banguê é bambolê
A lua, a lua no banguê é canjerê (5 vezes)
ruy maurity - mãe guerreira
1984
Guerreira, segue teu caminho, livre,
Levando a bandeira
Clareia, mãe, segue teu caminho, livre,
Levando a bandeira
A força tá no vento forte do bem de quem
Quiser levar
Guerreira, segue teu caminho, livre,
Levando a bandeira.
Sete banhos de cachoeira,
Alecrim, muita arruda e guiné
Minha mãe me dá muito axé
Salve a banda de lá e de cá
Iansã, salve Ogum e Iemanjá
Salve tudo que vem de Oxalá.
(Repete I a IV, I, II, I)
Contribuição de:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos - SP
"Na Ciência, Fé Eterna!"
ruy maurity - pai joão
(1977)
Pai João na capoeira entoava cantos dos tempos de Zambi
Foi escravo na fazenda, mão e pé dos senhores da Casa Grande
Nêga, bicho não é homem, quando o couro come, fica sossegado
Lua cheia, noite clara, nego na senzala vira cão danado
Pai João sentado em toco, cachimbo, marafo, velho curandeiro
Pros soldados nos terreiros conheceu o mais cruel dos cativeiros
Conta do amor de Catarina pelo valente negro Mateus
Sabe quanto a dor magoa, mesmo assim perdoa todos filhos seus
Pai João então se cala, limpa uma lágrima, estende a mão
Bate asas como um pássaro, desaparece na escuridão.
Pai João então se cala, limpa uma lágrima, estende a mão
Bate asas como um pássaro, desaparece na escuridão.
ruy maurity - cantilena de joana magra
(1980)
Noite, silêncio, vou sair pois o meu amor mora longe.
Magra, novenas no olhar, Deus em cravo e cruz dorme junto
Cheiro de jardim, flores pálidas, velho lampião diz amém
Ela mora ali, ninguém mora mais, ninguém...
Vêm de lá os domingos azuis, domingueira
Vêm de lá os desejos de moça solteira
Vêm de lá os pecados e as confissões
Vêm de lá as quermesses e luas felizes
Vêm de lá os rapazes e as meretrizes
Vêm de lá os amores noturnos, paixões
Vêm de lá os beatos traçando destinos
Vêm de lá as cirandas, as preces, os hinos
Vêm de lá as promessas de paz, procissões.
ruy maurity - cintilante
No sereno de brancas flores,
Gotas de chuva pálida,
E o lírio azulado
Sem teu perfume,
No luar cintilará
A beleza vazia,
Dos teus pecados e magia . . .
Canteiros e raízes,
Girassóis tão escuros,
E o lírio da madrugada
Sem teu perfume,
No luar cintilará,
A mais cara fantasia,
Dos teus pecados e magia . . .
Mesmo em outras bocas serás linda,
E o meu beijo inútil, encontrarás ainda . . .
Noite calma silienciou pássaros,
Deixou mudos vasos de plantas,
Calou rosas nos quintais,
Lembranças do perfume,
Que o luar cintilará
Na tua longa agonia,
De pecados e magia . . .
ruy maurity - com licença, moço
(1974)
E com licença, moço, que eu não sou de briga
O teu olhar de ponta não me desafia
Eu dou a meia-volta, ganho o meio-dia
Tenho um pé no chão e um na poesia
Se o meu canto é triste é que sei chorar
E com licença, moço, que eu não tenho medo
O teu segredo, eu sei, é só a simpatia
Se eu já fui herói, foi só de brincadeira
Hoje penso alto, digo até besteira
Se o meu canto é rude, é o que sei cantar
E me desculpe moço, que eu vou ser mais claro
O que me pertence já me custa caro
Minha paz, meu sonho e o meu lugar
(Repete II - e III 5x)
ruy maurity - cuando fubá
(1977)
Cuá fubá, fubá cuá, a moça da moda não sabe dançá
A dança que dança o povo da terra
Remexe que mexe o povo do mar.
(Repete estes versos)
Essa moda não passa, não é moda, é dança antiga
As mulheres de trança, as meninas de olho no bar
Quem não entra na dança não fica parado, sentado se cansa
E o fubá tá cuando, tá cuando na tuia o fubá.
(Repete tudo, e I)
(Toada de mutirão e dança do folclore paranaense)
ruy maurity - estradas do interior
Os caminhos que me levam
São as veias desse interior.
O meu sangue corre sem parar,
Peão de rodeio, monto pra ganhar . . .
A estrada ensinou
O que eu sei, o que eu sou.
Minha vida, minha sorte
Essa estrada mudou . . .
Meus amigos, meus amores,
Minha casa é onde eu me deito.
No meu peito bate um coração,
Metade cigano, metade alazão . . .
Pelos rodeios escrevi a minha estória.
Derrota e vitória eu conheço de cor.
Onde quer que eu vá levo comigo o sonho
De um dia ser melhor, ser melhor . . .
ruy maurity - fazendeiro do ar
(1976)
Eu não devia te dizer agora,
Mas esta vida comovida é o diabo!
Eu não devia te dizer agora,
Mas esta vida comovida é o diabo!
Carlos Drummond de Andrade, anjinho torto
Que perdeu o bonde na curva da esperança.
Carlos Drummond de Andrade, moleque de Minas
Menino antigo, de ferro, futuro e lembrança.
Carlos Drummond de Andrade, perdoa a pretensão
De cantar tua poesia, mas vê se não adia pro outro século
A nossa bendita felicidade!
(Repete: Eu não devia te dizer...
Tempo de homens partidos, da falta que ama, reclama
Ensina amar, desamar, fazendeiro do ar que plantou a Rosa do Povo no Brejo das Almas, no conhaque de um bar...
Carlos, Carlito, o povo sumiu, a luz apagou
A festa vai continuar
Mas o Caso do Vestido, esse o jornal não vai noticiar!
(Repete: Eu não devia te dizer...
ruy maurity - formosura
Minha saudade, é feminina.
Você afina meu tom,
Santa vontade, dói e fascina,
O coração diz que é bom...
Viche! Que beleza,
Quanta formosura,
É mal que não tem cura,
Fonte pura, foz de ribeirão.
É quase uma tortura,
Minha mais divina criatura,
Tem magia e mistério,
De varinha de condão...
ruy maurity - matuta véia
(1976)
Hei d?i na vila dumingo de feira
Pramódi vê si compro mio pro fubá. (Repete)
Minha famia tá no mei do mato
Meus fios esperando a hora de casá
Minha famia tá no mei do mato
Matuta m?isperando no mêmu lugá
Quando preguntam: quédi lá o hômi
Si num vorta hoje, si num vorta não
Matuta véia fala coisa pôca
Cuié de pau no tacho, lenha no fogão!
ruy maurity - moda de viola
(1972)
Gosto mesmo dessa moda-de-, moda de viola
A gente tá na roda, de repente pula fora
Gosto mesmo dessa pinga, desse gosto de canela
Da água que vem do rio, pulando boi, pulando pinguela
E do jeito de Maria fazer o pão nosso de cada dia.
E do jeito de Maria fazer o pão nosso de cada dia.
Eu não nasci na Bahia, mas sou de fé
Nasci nas granjas do sul, numa varanda de rede
Indo pra escola de caminhão ou a pé
Eu nasci lá pelas bandas do oitão
Tinha uma casa de palha, um boi e um avião
Eu nasci no dia em que o cabôco Bento
Comprou um jipe amarelo, vendeu o seu alazão.
(Repete III)
ruy maurity - pé-de-cabra
(1978)
Afinei o coração numa viola triste de fitas enfeitada
E chorei um ribeirão enquanto a morena deu uma gargalhada
Disse, ?moço, não se avexe, que esse amor
Não passa de empreitada?
Sou a fama, sou a peste, mulher do mundo, dama Pé-de-cabra?.
Arrisquei uma canção pra que o destino dela fosse pros diabo
Preparei um alçapão atrás de uma cancela, de corpo fechado
Disse, ?moça, não se esqueça, meu coração já foi abençoado
Dos pés até a cabeça. Nasci assim, não vou morrer assado?.
Ela se vestiu de rainha, no mais fino traje camponês
Deixou no ar um aroma de alecrim e perfume francês
Perdi a minha viola, sem contar os vinte contos de réis!
Perdi a minha viola, sem contar os vinte contos de réis! (Repete I)
Disse, ?moço, não se avexe, que esse amor
Não passa de empreitada?
Sou a fama, sou a peste, mulher do mundo, dama Pé-de-cabra?.
Cds ruy maurity á Venda