poeta márcio ricardo - felicidade
Pela janela do meu quarto eu vejo o tempo passar
O vento trouxe os erros e me fez enxergar que eu cresci, evoluí
Aprendi e finalmente entendi
Escuridão já não quero mais
Cada dia mais só a luz que me traz paz
Felicidade é só questão de ser, observar, espairecer
Minha mente voa livre leve solta como uma criança eu to
Sorrindo à toa... Sorrindo à toa e
Minha mente voa livre leve solta como uma criança eu to
Sorrindo à toa... Sorrindo à toa
To aqui a brisa no rosto
Lembrei daquele tempo como abraço gostoso
E sentimento tão bom como violão
O toque de palavras compõe o meu refrão
Você desafina os meus versos
Mas traz tonalidade quando tá por perto
Se não te encontro perco o meu chão
Essa coisa de mistério mexe como o meu coração
Então faz assim desse jeitin
Que só cê tem com esse sorrisin me faz acreditar
Que tudo pode ser melhor
Então... Marquei o seu rosto
Mas não o coração
Talvez o meu defeito é procurar a perfeição
Meu bem já viu o peso que um olhar tem?
Porém há males que vem pra bem
Ela é rádio, vitrola
Enrola os cachos do belo
Ã? de língua e sem selo
Ã? o meu caminho, minha sola
Ã? sabonete cheiroso
Aroma de pele floral, então
Puro e cremoso, rasga a pele
Carnal. (risos)
Leve como folha e pensamento gigante
Ã? raro a tristeza, já o sorriso é constante
Cartão vermelho pro mal, (vem) verde pro bem
Amarelo do sol, saudade preta me vem
Você é rasto e sombra
Poesia e samba, (samba)
Agito do coração, meu inverno, verão
O que me faz feliz é ver você sorrir, sim
Na simplicidade que compõe o melhor de mim
Eu sou um pouco de rima
Que achei no meu "eu"
Poesia de coração que nunca se perdeu
Você é Dom, inspiração
Palavra direcionada
Você tá no mundão e eu
Aqui no Graja
Felicidade é só questão de ser, (de ser) observar, espairecer
E minha mente voa livre leve e solta
poeta márcio ricardo - gratidão
Gratidão
Sinos da igreja
Me fazem refletir
Acordar e prosseguir
A esperança de um irmão
No flow o pesadelo
A carência que suporta
A sua falta de zelo
De estação em estação
E pode crer
Acreditar e
Também sentir
Aqui tu não é proibido de sorrir
Ã? você quem escolhe
O teu destinatário
A sua fé pode ser
O teu escapulário
Mas o
Que eu não entendo
Atenção e fique atento
Quase
De tempo em tempo aumenta a desunião
Ã? igreja contra igreja
Irmão contra irmão
E ambos se perdendo no meio dessa oração sem precisão (hâ)
Nessa guerra que dá dó
Se degladiando sem saber que o seu Deus
Ã? um só!
De um lado dez igrejas
E sua intolerância
Do outro dez brejas
E sua arrogância
E mais embaixo a novela
Que tu coloca lá em cima
Pelas diagonais teu preconceito
Exala e recrimina, e fascina as esquina em cada ação ao som de carro
Tua calma tá perdida na neblina e sem atraso e do passado
Me lembro quase de nada
São tantas leis falhas que minha mente atordoada foi apagada
Ae, tudo desapareceu, eu não durmo eu to virado conversando com o meu eu
Eu
Posso até rezar
Por você
Eu
Posso me doar
De alma e coração
Mas eu
Estou contigo
Entre o pecado e a Gratidão
Ã? só um lugar ao sol
Em meio a tempestade
Desafiando tudo
Até mesmo a majestade
A conquista é mó glória
Mas não abaixe a cabeça
Continue na batalha
Ainda tem mais do que mereça
Sutileza traz grandeza
Humildade a certeza
A coragem um compromisso
A esperança um amanhã
Homiziar sua inteligência
No ímpeto pra badernar
No compêndio da arrogância
Só te falta estudar
Omissão na leitura
Ã? uma lacuna no cérebro
Que na necessidade
Foram logo usar o ferro
O Grajaú irmão
Ã? um coração lotado
Que se aperta e dói
Quando se ouve um disparo
A chuva desce calma
Inundando as casas
A lágrima do descaso
Alaga a minha alma que desaba
Como num intenso temporal
Mas continuo firme e forte
Na labuta e natural
E o carnaval
Que se faz no meu peito
Quando vejo uma criança
Sorrindo pelo gueto, respeito irmãos
A todas as quebradas, pois a luz de cada um
Protege a minha caminhada
A Rua sempre cobra
Na margem do teu erro
Difícil é estar só
Quando bate o desespero
Não dá erro
Só não pode chorar
Apenas tenha fé
E a cabeça no lugar
Eu
Posso até rezar
Por você
Eu
Posso me doar
De alma e coração
Mas eu
Estou contigo
Entre o pecado e a Gratidão
Sons pelas quebradas
Quebram os seus paradigmas
De sua imaginação
Numa realidade que é sofrida
Eu quero amor e paz
E uma leitura boa
Um canto pra dormir
Enquanto a chuva ensaia pingos de garoa
Tempo voa
Como pássaros sobre a liberdade
A maior sabedoria
Ã? rica com humildade
Eu vejo olhares frios pelo centro da cidade
E tudo se perde por causa da vaidade
Não é bobagem
Aquele que acredita
E que cada palavra embriague a sua vida irmão
Com várias doses
Naturais de poesia
Só pra ver se ameniza
Essa sua agonia
Mas o
Que eu não entendo
Atenção e fique atento
Porque
Perdemos tempo, julgando um irmão?
Sendo que a nossa vida
Tem que ser vivida
E não passa jão... De uma mera estação
Meu irmão
Deseje a paz
Pois isso é amor
Atenção e união
Para que nada te prenda
Na mais intensa escuridão
A sensação é boa
Liberta o seu coração
E o seu Deus que é um só
Entre a bebida e religião
Igreja, televisão
Nessa interna confusão
Na vida não tem jeito
Cê sempre vai estar preso
No meio desta linha
Entre o pecado e a Gratidão
Eu
Posso até rezar
Por você
Eu
Posso me doar
De alma e coração
Mas eu
Estou contigo
Entre o pecado e a Gratidão
poeta márcio ricardo - ládo grajaú
[Refrão]
O Grajaú é a terra santa
Quem tem amor planta
Sorriso pra viver
Santo solto na quebrada
Poesia declamada
Para outro ser
Grajaú, batuque dos busão
História de irmãos
Centro do seu ser
Belmira ladeira de poesia
Nas idas e vindas,
E vindas e idas
Em busca do prazer
Talvez seja
Os campim de futebol
Ou as criançada
Na rua em pleno o sol
Ou talvez seja
Correndo e rindo na chuva
Pois sem o "tal" do dinheiro
Há um Deus que nos cuida
Existe aquela frase
Melhor rir que chorar
Pois a situação não é fácil
Vou te falar
(Então) Carro é pra alguns
Que tem salário digno
Já outros na prestação
Fazendo mó sacrifício
Na luta diária
Na correria mó tensa
Você passa por todos
Sem nem pedir licença
Com pressa e raiva
E naquela agonia
E ainda acha estranho
Se alguém te dá bom dia
Andei muito
Gastei minha sola
Quem nunca ouviu falar
Lá do circo escola?
A quebrada é grande
Sigo firme e rimo
O Grajaú é um labirinto
E cada um tem o seu destino
[Refrão]
O Grajaú é a terra santa
Quem tem amor planta
Sorriso pra viver
Santo solto na quebrada
Poesia declamada
Para outro ser
Grajaú, batuque dos busão
História de irmãos
Centro do seu ser
Belmira ladeira de poesia
Nas idas e vindas, e vindas e idas
Em busca do prazer
O Cristo na rua da feira
E o preconceito que exala
Entre a direita e a esquerda
Tem uma pá de ideia errada
E a Tv é uma fita
Que gira em um segundo
Cega, aliena
Suas ideias nesse mundo
Absurdo é as crianças
Ao relento e sem estudo
O Rap tá ligado e na ideia fortalece
Também tem o samba, um salve pra 27
Acordar todo dia
E ver que tudo passou
Ã? uma ressurreição
Vinda do seu amor
Pensar no próximo
Ã? muito mais do que negócio
Ã? saber que tudo passa
Até mesmo o seu fracasso
Irmão
Porque tu chora tanto
Abre o seu coração
Pra mim saber qualé seu pranto
Pronto, eu to ligado
O que cê passa é infernal
Tenta se conter
Que tudo vira no final
Ã?s vezes o melhor role
Ã? uma conversa!
[Refrão]
O Grajaú é a terra santa
Quem tem amor planta
Sorriso pra viver
Santo solto na quebrada
Poesia declamada
Para outro ser
Grajaú, batuque dos busão
História de irmãos
Centro do seu ser
Belmira ladeira de poesia
Nas idas e vindas, e vindas e idas
Em busca do prazer
Tenho uma coisa
Séria pra falar
Cantei com o coração
Mas tava louco pra rimar
Toque de tambor
E eu na rima briso
Bumbos de amor
Banhado de sorrisos
Luz na quebrada
E quando um mano abre um livro
Ou descola um mic
Ã? poesia pros ouvidos
Nietsche e Foucalt
Jogando xadrez
Referência na quebrada
Tem o Hyt e o Drezz
Nóis vive na corrida
E se chama nas vertentes
Da rima e poesia
Que desativa os pentes
Um só caminho
Pergaminho que é jogado
Pras menina e menino
Eu não desisto, eu to bolado
E quantos eventos
Nóis num já foi tirado
Por colar simplão
Usar chinelo e não ter carro
(Vou) Vou falar pro cês
Ã? grande a zona sul
Respeito todas as quebradas
Mas eu amo o Grajaú
[Refrão]
O Grajaú é a terra santa
Quem tem amor planta
Sorriso pra viver
Santo solto na quebrada
Poesia declamada
Para outro ser
Grajaú, batuque dos busão
História de irmãos
Centro do seu ser
Belmira ladeira de poesia
Nas idas e vindas, e vindas e idas
Em busca do prazer
Ã?h a formiga já invejou
Muitos dinossauros
Nóis da quebrada respeita, valoriza e não tira o sarro
Do nordestino, do negro, do homossexual
E nem do moleque de rua
A poesia liberta
Ã? a porta, o choro, e a fuga
Fique firmeza, pelo amor
Fique firmeza; um dia a dor passa
Muita luz
Nóis!
poeta márcio ricardo - somos todos poesia
O Rap soma
Não some na frequência
A falta de estrutura
No futuro vira pena
O moleque sem Dim
Se apega com o Dom
Não é uma campainha
Mas quem sabe o novo Mc Lon
Separação de cor
Ã? pique Apartheid
Chegar às dez da noite
Na quebrada é um massacre
Já vi vários moleques
Carregar os pentes
Outros com um livro
Fortalecendo a mente
Sample [Alguém me disse]
Que era zoado
Que os meus versos
Nunca seriam escutados
Mas tava errado
Sinto lhe informar
Minha poesia é um vício
E vai ser foda de largar
Sistema é perito
no bolo de pessoas
A massa de manobra
Sem fomento e ideia boa
A vida cobra duro
E o pagamento é parcelado
às vezes é à vista
Na vista de um enquadro
Rachel [Alguém te disse]
Minha toca te toca
Seu medo vem no olhar
A sua perna treme
Já escondeu o celular
Direita esquerda
Mas que ideia é essa?
Tem muita gente na quebrada
Indecisa e ambidestra
Orquestra
A mensagem sem massagem
Que é escondida
Pela (há) porra da mídia
Programa de Tv
A Cidade ta Alerta
O Brasil é Urgente
E o Fascismo aqui impera
Samples espalhados
Me trazem nostalgia
E os buzão lotado
Me traz mó agonia
Fatla água, educação
E moradia
E eu abraço a poesia
Nesse grito incomodado
Banho os meus versos nesse sistema falho
A escravidão no Brasil é chamada de trabalho
E o que eu faço, pra que possa me escutar?
Pois a favela é grande mais falta se organizar
Sample e Rachel [Alguém me disse]
Algumas paradas
Que polícia boa
Ã? aquela que então mata
Com certeza... Essa noticia é falha
E foi reproduzida por alguém de fora da quebrada
Tem muitos moleques
Que vivem se achando
Tão mais do que perdidos
Até que no que tão falando ou rimando
Ã? até foda de falar
A gente joga a ideia
Mas tem uma pá pra arrastar
Reprodução de ideia
Na quebrada é cautelosa
Na musica, poesia
Na síntese que é cabulosa
A molecada ouve e não entende nada
Di Cavalcante, Oiticica e Frida Khalo
Mas sabe que bombeta pros canela é enquadro
Nesse país falho
A minha rima eu mesmo faço
Sem descaso
Só pra que possa entender
Escrever é o grito que toma conta do meu ser
Alguém me disse
Eu sempre tento, tento
Há quanto tempo
Preciso viver
Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer
Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer
Se você não tenta
Num (a) Guenta, nem vem mexer
O fardo é a farda na qual
Cê vai sofrer
O livro é a arma
Que mata a maldade
Rouba a sua atenção
Te traz a liberdade
Na cidade dos Cep's
Dos Bumbos, dos Clap's
Dos tiros, dos tiras
Das margens, do Rap
Pois a prece
Ã? o respeito na quebrada
Pra que possa seguir
Na sua caminhada
São Paulo é uma selva
Onde... Sigo rimando
Cercado de sirene
Rodeado de tucano
Vou vencer
O dia-a-dia
Minha luz não é vermelha
E o meu grito é poesia
Alguém me disse
Eu sempre tento, tento
Há quanto tempo
Preciso viver
Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer
Alguém me disse, disse
Eu fico atento, tento
Lutando sempre
Pra mim vencer