Playlist Mulamba

mulamba - mulamba

mulamba - p.u.t.a

Por ser só mais uma guria
Quando a noite virar dia
Nem vai dar manchete (nem vai dar manchete)
Amanhã a covardia vai ser só mais uma que mede
mete, e insulta
Vai filho da puta

Painho quis de janta eu
Tirou meus trapos, e ali mesmo me comeu
De novo a pátria puta me traiu
Eu sirvo de cadela no cio

E eu corro
Pra onde eu não sei
Socorro
Sou eu dessa vez

Hoje me peguei fugindo
E era breu, o sol tinindo
Lá vai a marionete
Nada que hoje dê manchete
(e ainda se escuta)

A roupa era curta
Ela merecia
O batom vermelho
Porte de vadia
Provoca o decote
Fere fundo o corte
Morte lenta ao ventre forte

Eu às vezes mudo o meu caminho
Quando vejo que um homem vem em minha direção
Não sei se vem de rosa ou espinho
Se é um tapa ou é carinho
O bendito ou agressão

E se mudasse esse ponto de vista
E o falo fosse a vítima
O que o povo ia falar?
Trocando, assim, o foco da história
Tirando do homem a glória
De mandar nesse lugar

Socorro tô num mato sem cachorro
Ou eu mato ou eu morro
E ninguém vai me julgar

E foda-se se me rasgar a roupa
Te arranco o pau com a boca
E ainda dou pra tu chupar

Pra ver como é severo o teu veneno
Eu faço do mundo pequeno
E Deus permita me vingar
E Deus permita me vingar
E Deus permita me vingar

E eu corro
Pra onde eu não sei
Socorro
Sou eu dessa vez

(citação chico buarque)
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
(pra onde eu não sei)
Agonizou no meio do passeio público
(sou eu dessa vez)
Morreu na contramão como se fosse máquina
(pra onde eu não sei)
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
(sou eu dessa vez)
Amou daquela vez como se fosse a última

mulamba - bagatela

Pela temperatura, toda criatura
Que porventura respirasse
Era melhor que estocasse o ar

Mata queimada mata quem chegou aqui primeiro
Mundurukus, Yanomami, Carajá

Mata quem mandou queimar
A mata de quem é da mata

Bota fogo pra tu ver
Quem logo vem te cobrar

Tá por uma bagatela
O ar que entra da janela
E ela vem cobrar

Seres gafanhotos
Quase humanos
Devastam o planeta
Quase humanos
Agem como praga pestilenta
Envenenam a água, o ar, os rios, o mar, a terra
Satisfação nunca
Fome eterna, febre do ouro

O veneno tá na horta, o veneno tá na mesa
Química mortal, certeza de contaminação
O Q. I da população em queda livre
Falta proposital de informação, informações
Sem terra, guerrilha pela vida
Fundamental
Há muitas opções
Mas quando olho dentro de suas pupilas só vejo mentiras, mortes, destruição e cifrões

mulamba - barriga de peixe

O caso tá no descaso
Do acaso que tá na ideia
Já que com ou sem plateia
O rumo tem que mudar

Que finde a espécie humana
Pra dos bichos prosperar

Se levante a Amazônia pra lutar com o Pantanal
Eu que nem rezo direito, peço por cada animal
Por cada nascente d'água e por cada pé de pau

Tô pensando comigo
Como isso vai acabar
Querem ver o céu cair
Pra não mais sobrar ninguém
Colonizar outro planeta
Come terra, compra estrela, paga agua
Suja o rio, seca o rio
Caga em casa, come a morte
Vive na vida do ouro
Roubando história os outros
É a consequência do roubo da terra
A gente lutando pra sobreviver
Ostenta essa ouro
Mas de olhos fechados
De onde vem você não quer saber
Inventa um Brasil

Em cima de um plano
Pra depois dizer que a gente nunca existiu
Existimos, estamos, em todos os planos
Porque somos as vozes que te pariu

Vai faltar barriga de peixe
Pra esconder tanta sujeira
Minha gente a tal maneira
Onde é que isso vai parar

O caso tá no descaso
Do acaso que tá na ideia
Já que com ou sem plateia
O rumo tem que mudar

Que finde a espécie humana
Pra dos bichos prosperar

Se levante a Amazônia pra lutar com o Pantanal
Eu que nem rezo direito, peço por cada animal
Por cada nascente d'água e por cada pé de pau

mulamba - benÇa

Era dia, mas ainda era breu
Na barriga vai trazendo fome
Deus ajude aquele homem que ainda não cresceu

Vai cuidar de cunhantã
Vai rezar pro amanhã
Deus que queira que esse homem tenha quem lhe queira bem

Faz um tempo que o tempo passou
E eu ainda sou criança
Foi no tempo, o tempo te levou
E eu só brinco de esperança

Faz uns dias que a noite é dia
E eu ainda sou ninguém
Numa ponta de euforia
Esperando quem não vem

Torço que seja mais leve (bença mãe)
Torço que não seja osso (Deus te abençoe)
Pra carregar no pescoço
Minha fé e o que não pese

mulamba - hemisfério

Amor desculpe as tragédias
Não tá dando ibope pra comédia
Tantos egos ácidos, seres de plástico
E eu tentando amar e é sério

E o mal que estragava não tá mais aqui
Que essa erva daninha eu mesma destruí
E plantei as sementes que ganhei de ti
Um sorriso raro

Mas falando sério que esse teu mistério
Me mantém mais perto do teu hemisfério
E se for pra bem posso brotar aí

É, eu colei na cena pra falar de amor
Mesmo com o mundo todo em revolta
No naipe desamarra as asas
Voa casa em casa sem medo da escolta

Não esquece o chá e teu agasalho
Coração nos peito teu itinerário
Se brilhar canção só mantém teu traço
Essa casa boa que é o teu abraço

E o mal que estragava não tá mais aqui
Que essa erva daninha eu mesma destruí
E plantei as sementes que ganhei de ti
Um sorriso raro

Mas falando sério, esse teu mistério
Me mantém mais perto do teu hemisferio
e se for pra bem, posso brotar ai

Vários corre de pipa avuada
E eu não troco esse laço e esse lance por nada
Vai mas volta quando der saudade
Que eu sigo virada tragando as cidades

Nesses passos sempre sobra espaço pra beijar teu olho
E sonhar no teu braço
Não tem pressa e nossa hora é essa
É quando acontece um bem inesperado

mulamba - lascívia

Aquela coisa toda
Coisas todas sendo ditas
Dedo feito tinta, corpo tipo quadro
Pelos e poros a plenos pecados
Tua cabeça em minhas coxas
Num suor sagrado

Vem senta aqui, quero mapear
Teu corpo com a língua
Encontro o caminho
Pra te deixar acesa

Tava que tava que era só lascívia
Coração bumbo que erra as batidas
Te banho e derrapo na curva molhada
Tua língua chicote, uma peia bem dada

Não caibo, transbordo, me afogo nos sons
Me perco e me acho nas imperfeições
Respiro e retorno num ritmo lento
Te trago num trago, viajo pra dentro

Vem senta aqui, quero mapear
Teu corpo com a língua
Encontro o caminho
Pra te deixar acesa

Vem senta aqui

mulamba - levante

Criança inocente sem querer e sem sentir
Despedaça sonho a guerra que tá aqui
E os atiradores são os ricos do país

Quem vê de cima e só assina patrocina as chacinas no Brasil
E pros de baixo, esculacho, todo o dia no arrebento e ninguém viu
Enquanto o centro é samba e vento nas perifa tem meganha de fuzil
É pontapé, tapa na cara, todo mundo é elemento perigoso num ambiente hostil

Levanta cê não tá aí fazendo nada
Te mexe, olha o errado começando do teu lado
Levanta porque se só reclamar fica embaçado
Já viu conhecimento passar de livro fechado

Levanta pois de casa é pequena tua visão
Oprimindo professores não se forma um cidadão
Levanta transformaram a escola em cadeião
Vai ficar aí parado, é essa tua posição?

Levanta jovem e anda em teu gigante adormecido
Se chegamos onde estamos não temamos o perigo
Um off em televisão, impunha a tua opinião
A manipulação da mente é coisa do inimigo

Levanta pra não ver o teu filho escravizado
Mantenha a mente ativa pra não ser robotizado
Lembra dos antigos sabidos do teu passado
Que davam aula da alma sem nunca ter estudado

A mente move o corpo que o remédio deixou louco
Lobotomia mantém calma os que definem como louco
O monopólio em massa dos meios de comunicação
Nunca cita porque morre tanta gente no valão

Levanta pega um livro te prepara pra tua guerra
Vai sentar pra ler no mato pois cimento não é terra
Levanta, jovem, é hoje, o movimento começou
Vai esperar pra quê se o amanhã ainda nem chegou

mulamba - mãe do corre

Lá no alto do morro a mana do corre me ouve rimar
Mas não descuida os bota que a qualquer hora pode brotar
Só pra apagar a festa e tocar o terror só pra variar
Ela é poucas ideia e se bota as cara é pra avariar
Só tem medo da fome e muda de nome se arregar

Mas traz sob o peito o seu patuá
A tatuagem com o nome das crianças

Pra que não passem fome
Pra que não tenham medo
Pra que não tomem tiro
Nem usem coletes ou acendam foguetes

Pra não passem fome
Pra que tenham escolhas
Pra que tenham histórias e pra que tenham sorte
Arrisco a vida e a morte aqui

mulamba - pachorra do dotÔ

Fui inventar de adoecer
Pra que?
Saúde hoje é ostentação
Dá não

E o doutor teve a pachorra
De dizer pra eu me cuidar
Passou fisioterapia, ressonância, pílula, injeção

Não tenho grana não
Pra eu me cuidar, só se eu plantar meu próprio chá

Vai brotar do chão capim santo
Vou tomar banho de cheiro
Pedir pra um santo milagreiro
Pra fazer a operação

Vou fazer das plantas que eu planto
Remedinho caseiro
Me curar num curandeiro
Apelar pra oração

Não tenho grana não

mulamba - phoda

Não peço perdão à toa
Quero é fazer alarde
Deixe quem quiser que doa
Não peço perdão à toa
Vou é quebrar a corda

É foda quem poda, é foda
É foda quem poda, é foda

Não se ofenda tanto com meu canto
Não se afete com o afeto
Não calarei meu gemido

Pro pudor dor teus ouvidos
Não interromperei meu gozo
Nem cobrirei minha libido
Nem vou fechar meus olhos
Pra tudo que for proibido

Passe pra lá, deixe quem quiser que doa
Vou é fazer alarde
Deixe quem quiser que doa
Não peço perdão à toa
Vou é quebrar a corda

É foda quem poda, é foda
É foda quem poda, é foda

Bundas abundam no meio da rua
Boca profana na boca sagrada
Corpos sem dono se banham na lua
Toda nudez será perdoada

Bundas abundam no meio da rua
Boca profana na boca sagrada
Corpos sem dono se banham na lua
Toda nudez será perdoada

É foda quem poda, é foda
É foda quem poda, é foda

mulamba - samba pra nunca mais

Aí é melhor você peitar
Do que eu te enfrentar
Tuas coisas mais você pra mim é nada

Taí, quem mandou você me ver
sem querer me enxergar
Quem mandou você pensar
Que mandava minha vida e a casa

Quem mandou você trair
Quem mandou você roubar o que não lhe pertencia
Devolva minhas asas

Que eu vou voar
Pra além daqui
E nem pense em me impedir
Não fui feita pra me oprimir

Eu vou amar além de ti
Eu não sou de me anular
e nem sou de me omitir

E aí, quem mandou você me usar?
Quem mandou você pensar
Que eu não atinava nada

Aí é melhor você peitar
Do que eu te enfrentar
Tuas coisas mais você pra mim é nada

Taí, quem mandou você me ver
sem querer me enxergar
Quem mandou você pensar
Que mandava minha vida e a casa

Quem mandou você trair
Quem mandou você roubar o que não lhe pertencia
Devolva minhas asas

Que eu vou voar
Pra além daqui
E nem pense em me impedir
Não fui feita pra me oprimir

Eu vou amar além de ti
Eu não sou de me anular
e nem sou de me omitir

mulamba - será só aos ares

Esse
Oco

A lua é aula
Luz azul
O trote torto

Reger
Ramo no mar
Reviver
Esse
Afã

Mega bobagem
Amar da drama

Rir, o breve verbo rir
Esse
Ato idiota
Ata
Até o poeta
Ama