MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
língua de trapo - conchetta
Querida Conchetta
Estoi a te ligare
Pra te convidare
Pra magiare, co me.
Come unas brachola,
Queijo provolone,
E na radiola, a Rita Pavone
Despois unas pizza,
Tipo california,
Tutti mezza à mezza
Ma que bruta esbórnia.
Conchetta vita mia,
Ricorda aquele giorno,
Aquele giorno que nois fumo no ristorante,
No ristorante do Grupo Sergio,
E voce parlo per me,
Facciamo la amore la no meu beliche
E io te dicce:
"Mai logo agora que io misturei cogumelo com aliche
Voce vem me parla en amore, em séquiço ?"
"Que io tô cuma bruta dolore no duodeno?"
E a dolore foi aumentando,
Aumentando, aumentando e io gritei pro garçom:
"Chega de espaguette,
Suspende a escarola,
Leva o capelleti,
Tira o gorgonzolla.
Trás um sal de frutas,
Dio, dio, tutta a meia,
Queta pastaciutta,
Me deu diarréia.
língua de trapo - conformática
Maria da Conceição é o nome da minha querida filha
Mas é melhor mudar para Dorothy
Porque computador não tem acento nem cedilha
Computador é resultado do progresso
Mas me parece que no fundo isso é conversa
Computador nasceu pra ajudar a gente
Mas no fim acabou sendo vice-versa
Informatização, informatização
A máquina evolui, o homem fica paradão
Informatização, informatização
A gente se deforma e se conforma com razão
Errar é humano eu sei
A gente é imperfeito de dar dó
Computador é muito mais perfeito
Inclusive sabe errar muito melhor
Mas não me chame de reaça ou saudosista
Computador é bom dentro dos conformes
Se acaba a força ou pára o terminal
A gente vira pro outro lado e dorme
Informatização, informatização...
Não tô mandando que você queime seus cartuchos de videogame
Só te lembro de não esquecer de que quem tem de jogar é você
Eu falo bem do que eu acho bom
Só no que eu acho ruim de pau eu caio
Esta sanfona é computadorizada
Tem um som bom e não dá bico de papagaio
Mas tem muita gente por aí que só aperta o botão e deixa tocar
Música feita só por computador
Acho que só computador pode gostar
Informatização, informatização...
língua de trapo - interromper
Pergunte ao céu
Ele há de lhe explicar
Há momentos em que é preciso,
é preciso, é preciso errar
Momentos rápidos, súbitos, mágicos
De extrema precisão
Momentos mórbidos, sórdidos,
tétricos, trágicos
Sua vida em minhas mãos
E no entanto ela se esvai
Escorrendo se desfaz
O momento é preciso,
é preciso, é preciso
O instrumento é inciso,
é inciso, é inciso
Meu filho eu preciso,
eu preciso, eu preciso
Meu filho eu preciso lhe matar
Entenda, esse mundo
Não pode lhe abrigar
Talvez assim você possa
então me amar
Por não sofrer,
por não viver,
por não viver,
por não viver jamais
Não, não, não, não há lugar
língua de trapo - ouriço na vila
Eu fui à Vila Madalena apanhar minha pequena
Prum programa legal, pegar uma tela e o escambau
E na Fradique Coutinho entrei lá no Sujinho
Pra me ambientar, a inteligenzia toda lá
E quando fui entrando, fui logo morando
Um papo diferente, na mesa de um livre docente
Ele defendia uma tese esdrúxula, paradoxal:
- Levando-se em conta o alcoolismo crônico de Scoth Fitzgerald
E a homossexualidade imanente de Proust
Temos, pois, que E é igual a MC ao quadrado, morô?
Me encostei no balcão e feito um espião observei o alarde
Só dava Freud e Thomas Hardy
Eu fui me irritando, e o papo piorando
Pura citação, de Baudelaire até Platão
E tome Kurosawa, e tome James Joyce
E tome Hemingway, é tanto nome que nem sei
Saí meio grogue, chamando Van Gogh de Galileu Galilei
Jorge Goulart de Nora Nei
Eu sou um erudito de alto gabarito intelectual
Leio Camões no original
Sou pós graduado, formei-me advogado pelo telefone
Via Embratel pela Sourbone
Assino o Estadão, sou da oposição
Abaixo o sistema, já critiquei até cinema
Eu vou em gafieira, me amarro no Gabeira
E tô desempregado
Um dia eu chego a Jorge Amado
Voltei àquela bodega com uma raiva cega
E cuspindo prego
Me alteraram o super-ego
E fui logo citando, no estilo Marlon Brando
Uma frase em latim:
- Homus obispus James Dean
Os caras se borraram e já me contrataram para lecionar
Como professor titular
Na universidade da nossa cidade
O idioma latino
- Data vênia, Hare Krsna, como anda bem o nosso ensino!
língua de trapo - a insurreição feminista
Fá-lo-emos em picadinho
Vociferavam as mulheres
Tendo em seu poder o assassino que houvera cometido
Um crime bárbaro, hediondo, monstruoso
Transidas de horror
Em violenta comoção, furibundas e possessas
As mulheres gritavam: lincha, esquarteja, retalha e pica...
Haveremos de trucidar
Doca Street, Michel Frank e o Lindomar
Desprezíveis criaturas
Carcomidas pelo execrável machismo
Que assola, que solapa, que tripudia
E faz das mulheres vítimas do terror
Em violenta comoção, furibundas e possessas
As mulheres gritavam: lincha, esquarteja, retalha e pica...
língua de trapo - a kombi
A primeira vez,
Que a gente fez.
Amor...
Foi naquela kombi,
Com cortininhas na janela...
Ela era azul e branca
E eu com muito...
Tato!
Pus a chave no contato
E a gente acendeu a luzinha amarela...
O rádio tava quebrado
E não deu nem pra escutar,
Aquela nossa musiquinha...
Mas o molejo e a suspensão tavam sem graxa!
E fizeram um barulhão,
Parecia uma bandinha...
Hoje a gente fica aqui
Junitnho e fracassado
E relembra nossa história,
Depois de alguns meses alugamos a casinha
Nós vendemos nossa Kombi,
Nosso ninho enferrujado!
E usamos o dinheiro,
Pro depósito da casa e pros móveis da cozinha....
Nossos filhos são doentes,
Miseráveis e carentes
E não podem ver uma Kombi passar
Eles sabem que nasceram
Porquê o banco do meio tava fora do lugar.
Vejam só que vida engrata
Outro dia encontrei a sucata da nossa piruazinha
Tive um extremecimento,
Ao ver que no velho ascento,
Ainda tem uma manchinha....
língua de trapo - a rainha do karaokê
De segunda a sexta-feira
É aquela trabalheira mortal
Pra pagar as minhas contas
Segurar todas as pontas e o escambau
Mas quando chega o domingo
Podem crer que eu me vingo
Na mesma dose
No cabelo eu ponho um gliter
Um vestido das lojas piter
E aí vem a metamorfose
Subo no palco trajando um soirée
E todos gritam "chegou a rainha do karaokê"
Então meu coração voa
Fico feito kracatoa, me esguelo
Disse uma vez um bookmaker
"tu pões josephine baker no chinelo"
Depois do aplauso meio afônica
Bebo mais um gin tônica
Estou tão contente
Que quase esqueço de uma vez
Que já são 15 para as 3
E amanhã tenho batente.
língua de trapo - a vingança do hipocondríaco
Numa mudança de clima repentina fiquei constipado
Peguei chuva no costado e consultei o doutor salvador
Mas fiquei preocupado é que ele me receitou
Sulfato de neomicina mais xilometazolina
Pra curar meu resfriado.
O efeito colateral foi meu mal
Ai! que diarréia! (eu preferia rinorréia)
Mas me automediquei e passei a sentir cefaléia
Outro doutor me aviou injeção de nembutal
Aí meu quadro geral apresentou dispnéia
E quando acordo num leito que de estreito
Com um trilho se parece
Vejo que além de operado fui logrado pelo inps
Meu problema era o pulmão me operaram do tendão
Ai! meu deus! como pobre padece
Fiquei imobilizado mas parado nos estudos,
Não estudei mais do que platão
E conclui supletivo intensivo na televisão
E prestei vestibular pra área de medicina
Entrei lá em teresina com medalha e até menção.
O meu primeiro cliente inocente falou do pulmão
Passei remédio pro tendão
E seu tubo digestivo apreensivo sofreu depressão
Eu resolvi receitar fenilciclohexilacético
Que além de ser antisséptico não tem contra-indicação
Como o doente era alérgico ao lisérgico sofreu cefalalgia
Prescrevi pirazolona (butazona) curei sua nevralgia
Numa mudança de clima passageira e repentina recaiu
Morreu de pneumonia (foi minha vingança nesse dia)
língua de trapo - acalanto
Dorme, filhinho
Dorme de uma vez
Que eu tenho que arrumar
A bagunça que você fez
A alegria que você me dá
É grande como a pilha
De fralda pra lavar
Quando você dorme
Eu posso perceber
Ser mãe não é tão fácil
Mãe gosta de sofrer
Eu gosto tanto
De te ver sonhar
Só não te dou um beijo
Pra você não acordar
Dorme, filhinho
Que a noite já vem
E eu não vejo a hora
De te mandar pra
FEBEM
língua de trapo - ai que vontade
Ai, que vontade!
Que vontade que dá, que dá, que dá
Eu já fico tenso, quanto mais eu penso
Só pensar em pensar (repete)
Eu quero funhenhá, oi
Eu quero furunfá, ai
Quero dá um picote, fungá no cangote
Eu quero me esbaldá
Quero dá uma bimbada, oi
Um tapa na marvada, ai
Quero fazê fuc-fuc, botá o palhaço pra descabelá
refrão...
Quero afogá o ganso, oi
Gasalhá o croquete, ai
Espocá a cilibina, esfolá a perseguida
Ficá maluquete
Eu quero dá um piço, oi
Sem nenhum compromisso, ai
E molhá o biscoito, ficá bem afoito
Sustentá o meu vício
refrão...
Quero escondê a cobra, oi
Comê carne mijada, ai
Prová do bacalhau, oi
Quero amolá o ferro, ai
Afiá o canivete, oi
Balançá a roseira, ai
Quero trocá o óio, oi
E queimá a palhinha
Ai, que vontade
Que vontade que dá!
língua de trapo - amor à vista
Oh! Baby, venho lhe dizer:
Você tem ganho pouco e a situação está cada vez mais difícil
Os tempos são de crise e você tem que se desdobrar (uou, uou)
Oh! Baby, tente entender:
Você tem que garantir nosso sustento e o de nossos filhos
Tente sair com mais encanto, com mais graça e mais brilho (uou, uou)
O desespero é geral, a fome é internacional e nos consome pouco a pouco
Enquanto você trabalha eu leio o jornal e sinto pena desse mundo louco
Nas esquinas o que mais lhe preocupa é o presente
Mas o futuro não está nada promissor
Por isso você tem que nos garantir
Você deve oferecer, ah! Você tem que insistir
Tente calar a voz que vem do seu interior
Baby você me ama e eu sei disso muito bem
E sei até que você sabe que eu te amo muito também
Mas, baby, você tem que faturar
Nunca esqueça, amor: que eu sou o seu homem, seu cafetão, seu rufião
Ah! Eu sou o seu gigolô.
Oh! Baby, procure enxergar
Nós moramos em São Paulo e aqui a oposição está no poder
Mas o colapso econômico, isso ninguém pode resolver (uou, uou)
Oh! Baby eu votei no PT
Que é que tem? Gente baixa também pode ter consciência
Eu acho até que todas vocês tem mais é que se unir pra evitar nossa falência (uou, uou)
E tem o lado social, fortalecer o movimento e até sindicalizar
Pagar INPS e ter horário certo para o trotoar
Eu sei que o amor não se vende mas essa é a mais antiga profissão
Por isso você tem que nos garantir
Você deve oferecer, ah! Você tem que insistir
Tente calar a voz que vem do seu interior
Baby você me ama e eu sei disso muito bem
E sei até que você sabe que eu te amo muito também
Mas, baby, você tem que faturar
Nunca esqueça, amor: que eu sou o seu homem, seu cafetão, seu rufião
Ah! Eu sou o seu gigolô.
língua de trapo - balada cibernética
Você jogou fora o que era seu
Cuspiu no prato em que comeu
Seu proceder não foi sério
Me trocou por alguém eficiente
Até mesmo mais potente
Perpetrou-se o adultério
E eu fiz vista grossa, meu amor
Mas bem sei que você me trai
Com um microcomputador
Vi você com ele em
Nossa cama
Disputando videogame
E fliperama
Mas previna a este fruto
Da ciência deturpada
Que amanhã vou
Arranca-lo da tomada
De tudo ao meu computador serei atenta
Antes, e com tal zelo, e sempre e de modo tão terno
Que mesmo diante de um modelo mais moderno
Dele serei sempre a tiete mais sedenta
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de pagar as contas da light
Que alimenta os seus megabytes
Sem nenhum pesar ou descontentamento
E assim, quando mais tarde, num outro dia
Quem sabe a assistência técnica,
Angústia de quem vive,
Pedir pelo seu concerto uns 800 paus
Eu possa dizer do computador (que tive)
Que não seja imortal posto que é fabricado em manaus
Mas que seja infinito enquanto dure a garantia.
língua de trapo - benzinho
Benzinho, minha sexualidade
De fato é bem pior que a do marquês de sade
Me dá tua mão, que eu quero amputar
Põe aqui o teu pescoço, que eu vou guilhotinar
As formas ortodoxas de conseguir prazer
Estão mais ultrapassadas do que motor de dkw
Por isso mete bronca, não banque a demodée.
Benzinho, que louca perversão
Não posso ver lolita me dá logo emoção
Se sou incestuoso, mamãe é que é culpada
Quando fiz cinco anos passou-me uma cantada
Antigamente eu era um libertino matusquela
Minha vida mudou ao ler o fórum de ele e ela
Hoje pedofilia, pra mim é uma balela.
Benzinho, não me julgue um palerma
Só quero te afogar num mar de sangue e esperma
Arranca a minha unha, provoca um hematoma
Como nos cento e vinte dias de sodoma
Em termos de sacanagem eu só conheço a teoria
Pois quem domina este assunto
Principalmente a sodomia
Não sou eu nem tu, benzinho
São os ministros da economia
língua de trapo - burrice precoce
Ao lhe pedir em casamento
Esqueci de lhe dizer
Que eu não sou o rapaz normal
Que você esperava ter
Minhas manias tão excêntricas
Podem até lhe incomodar
Mas não se esqueça benzinho
Para sempre hei de lhe amar
Um maridinho carinhoso
Posso até me revelar
Mas meu sadomasoquismo
Você vai ter que aturar
Na hora do amor
Só vendo televisão
E comedo chocolate
Com a barriga no colchão
(olha aí a nova posição)
" E por falar em posicionamento,
tenho constado que a
esquerda festiva, assim como a
anarquia compungida, possuem
características comuns com a
direita compenetrada, o que
leva a crer que dois adjetivos,
quando acasalados, não
possuem a mesma sobriedade
de uma só qualificação. Moral!! "
Você há de gostar
Do meu rol de amizades
Todos prezam a tradição
A família e a propriedade
O pediatra já dizia:
Esse menino é um problema
Sofre de esquizofrenia
É um fruto de sistema
(olha aí sempre o mesmo tema)
" E por falar em temática, tenho
constado que o movimento
estudantil, assim como os
demais setores mobilizados da
nossa sociedade civil, insistem
num debate conjuntural,
olvidando seus problemas
mais cruciantes e prementes,
tais como o uso de papel
higiênico perfumado nos
banheiros das nossas
faculdades!
língua de trapo - cagar é bom
Cagar é bom quando a gente "tá" em paz
Ouvindo na água o som
Que a merda caindo faz
Cagar molinho, cagar durinho, cagar soltinho
De qualquer jeito, de qualquer maneira
Até quando é caganeira
Cagar é bom, é muito bom
Cagar é bom demais...
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