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cátia de frança - 20 palavras girando ao redor do sol
20 Palavras girando ao redor do sol
Na insistência de quem sabe o que quer
Vem zé ferreira com sua roupa domingueira
Vem inté dona tereza arriba lá da bagaceira
20 Palavras girando ao redor do sol
Secando as coisas quase tudo ao espinhaço
Falo somente por quem, eu sei que falo
Gente vive nesse clima
Gavião e outras rapinas
Quem padece sono de morto
Precisando d'um despertador
Sol a pino sobre o olho
Num protesto estridente
Estrebucha, cerra os dentes
20 Palavras girando ao redor do sol
20 Palavras girando ao redor do sol
Feito goteira picando no teu quengo
Chegou a hora mostre seu palavreado
Ou então assuma seu papel de mamulengo
Essa luta contra o deserto
Luta em que o sangue não corre
Em que o vencedor não mata
Mas o vencido absorve
Essa luta contra a terra
Ã? uma boca sem saliva
Os intestinos de pedra
Vocação de caliça
Que se dá de dia em dia
Que se dá de home a home
Que se dá de seca em seca
Que se dá de morte em morte
20 Palavras girando ao redor do sol
20 Palavras
Girando... ao redor do sol
cátia de frança - antoninha
Antoninha
Antoninha e sua tapera
De um vão só pulsa o seu coração
Casarão, casarão, casarão
Antoninha animada se arruma
Veste logo seu vestido novo
Seu sorriso tá na cara não nega
Já não tarda a comitiva
Dez a quinze valente pião
De gibão, de suor, fome e poeira
Esses homem rindo barulhento
Marruaço, cure e berrantes
Na parede os santos no altar
Na mesa poderosa aguardente
E no leito os amantes derretem
Em afetos juras de amor,
No silêncio de gemidos e beijos
Por testemunha o velho candeeiro
E amanhã o que restará
Antoninha reina absoluta
Satisfeita na comitiva
Faz convite pra irem com ela
Tomar banho lá na cansela
A nudez bela de Antoninha
Nunca mais ninguém se esqueceu
Se você esteve lá como eu, Antoninha me leva
Antoninha me leva
Antoninha me leva
Antoninha me leva
cátia de frança - coito das araras
papagaio da asa amarela
corre e leve esse recado meu pra ela
minha saudade não se rebate
vai no grito estrangulado do meu canto
papagaio trombeteiro
meu amigo ele é um bom carteiro
diz pra ela que nas águas do coito
nasceu versos da espera na lagoa
no Coito das Araras quem passa por lá não pára
no Coito das Araras tudo está como sempre foi
o gado pasta no Berra Boi
tudo está como sempre foi
no Coito das Araras é o araçá das almas
o Zé que cantava é o sete casacas
é a sombra do touro êia, peroba baião ê ê
é a sombra do touro êia, timborna sertão
ainda trago na boca, nos olhos a visão da tua imagem
despenteada, sorrindo, correndo pela rodagem
meia distância, meia légua, légua e meia á á
no fim apanhei restou a peia, légua e meia á á
você correndo pela rodagem, légua e meia á á
despenteada, sorrindo, légua e meia
cátia de frança - ensacado
moinhos não morrem ventos
partidas não são só lenços
saudades não são soluços
nem solução pra espera
nem salvação dos pecados
tristezas não lavam pratos
resguardam restos desejos
flores e frutos do mal
por isso muito cuidado
queime de febre e não dobre
não quebre nunca, não morra
não corra atrás do passado
nem tente o ponto final
agüente firme a picada
da abelha, daquela velha
melada melancolia
segure a barra, requente
o caldo da sopa fria
vá cultivando a semente
até que um dia arrebente
o saco cheio de sol
cátia de frança - estilhaços
porque a vida é
tua mesa de comida é
sem toalhas comportadas
de um pedaço de chão
um leito leve de amor, porta, coração, aberto
tens a cada hora uma aurora sempre perto
porque teu tempo é
não tens espera tens um abraço a cada instante
tua vida é uma partida constante
não tens o sangue frio
frio do asfalto
teu mundo não é feito, feito só de aço
espalhas estilhaços de amor
a tua sede é calma
calma de alma verde
a tua fome é fonte de onde nasce o homem
espalhas estilhaços de amor
teu corpo não tem norte
também não tem o sul
não há nenhuma algema que segure tuas mãos
a tua estrada não tem mancha, mancha de solidão
é o céu, o sol, o som
nos dedos de tua mão
cátia de frança - itabaiana
rompe o dia num estalo
hoje é dia de sábado
dia bom pra se vender
vamos brincar de partilhar
Itabaiana colorida
vive o seu dia de feira
de rendas toda enfeitada
Itabaiana desejada ê ê
vem gente de toda parte
Itambé, Ingá, Pombal, Pilar
das bandas de Gurinhém
vem Cazuza, Totonho e o Seu Neném
perseguindo a boa sorte
vão tentar tudo vender
Itabaiana colorida
meus amigos vou rever ê ê
fervendo feito panela
panelada de São João
Itabaiana é só zoada
riso e muita falação
um circo armado na cadeia
no jardim da estação
Itabaiana só é bela
No rasgo deu?m dia de feira ê ê
cátia de frança - kukukaya
São quatro jogadores
Nesta mesa
Frente a frente para jogar
São quatro cabras de peia
No desafio do jogo da bruxa
Em noite de lua cheia
São quatro jogadores
Nesta mesa
Dando as cartas
Do jogo surdo da vida
Kukukaya eu quero você prá mim
Kukukaya mas olha esse cachorro aqui
Kukukaya eu quero você aqui
Kukukaya mas preste atenção em mim
São quatro jogadores
Nesta mesa
Dando as cartas
Sem dar falsa folga a ninguém
São quatro cabras de peia
De riso dócil e rima fácil
Não vá se enganar, em meu bem
Que eu tenho dois olhos
E eu tenho dois pés
Dor dos meus olhos
Vai pros meus pés
E dos meus pés
Prá dentro da terra
Da terra para a morte
Kukukaya...
O ovo é redondo
Ventre redondo é
Vem amor, vem com saúde
Aonde eu sou chama
Seja você brasa
Aonde eu sou chuva
Seja você água
Kukukaya...
cátia de frança - o bonde
Lá vai
Correndo na linha, chiando nos trilhos, varando o arraial
Jaqueira, mocambo passando ligeiro
Que nem um filme no cine Brasil
Moleque no estribo: gritando, vaiando
Ã? dia de festa. Ã? o bonde que vem
E nesse pagode na festa final
Eia la vai o bonde, Eia la vai o bonde
Ei ala vai o bonde, Ei ala vai o bonde
Levando a sinhá, Coronel Zé Paulino e a filha mais nova
Ele passa enfeitado Cheinho de gente na rua da Aurora
E faz terminal lá no Pátio do Carmo
No bagageiro se ouve um aviso
Ã? o motorneiro soprando o apito
Recomeça a festa é o bonde que sai
Recomeça a festa é o bonde que sai
Tem um apelido esse bonde amarelo
Chamado lambreta todo desbotado
Sumiu na distância, sumiu no passado
Eia la vai o bonde, Eia la vai o bondee
Eia la vai o bonde, Eia la vai o bondee
cátia de frança - os galos
Na torre da igreja, num muro qualquer
Em algum galinheiro, terreiro mulher
O galo é seresta, ele é seresteiro
É relógio é alarme escondido num puleiro
Ê Ê paracatum paracumbá
Disputa na arena de vida ou de morte
A sorte lançada no brilho do esporão
No centro da rinha ele ganha e explode
Numa raiva danada ele come uma galinha
Ê Ê paracatum paracumbá
Ciscando na areia, comendo sujeira.
O galo é algo bem marcial
Garanhão general de penas coloridas
Numa aposta foi cego já não há mais saída
É triste ver sua crista caída
Ê Ê paracatum paracumbá
Faísca é o nome do galo citado
Sua fama correu por todo o estado
O olho que é cego segura a emoção
O inimigo comendo a poeira no chão
Ê Ê paracatum paracumbá
cátia de frança - panorama
vou colocar uma ratoeira no alto do edifício
pra pegar uns avião passando com muita zueira
sem ligar, sem atenção, perturbando o sono alheio
fazendo muito estrupício
das antenas de TV, vou fazer uma bela rede
de fazenda colorida pra pegar uns pensamentos
que por aí vão avoando, sem rumo, com atrevimento
separando eu de você
as casas de cobertura, são dos ricos, eu já sei
já que o chão tá ocupado, se assobem nas alturas
pensando que assim se consolam, são um bando de canários
presos numa bela gaiola
tudo isso não faz inveja pra quem vem lá do sertão
bicho de qualquer qualidade, soltinho na amplidão
jardim na frente da casa, cantando no galho um bem te vi
eu vou é m?embora daqui
cátia de frança - quem vai, quem vem
Lá em Trapuá
Estrada de Nazaré
Um pouquinho adiantado de Tracunhaém
Quem vai quem vem
Vai olhar para as crianças
Cruzamento tão estranho
Caniço com pé de cana
Corra e não atrapalhe
Ou te dão logo sumiço
Casebres 'tão caindo
Na porta vejo uma muié
Saco vazio mas que se tem de pé
Nas calçadas sonolentos
No cochilo e cusparada
Quem vai quem vem
Ã? o avô, a bisavó
Na distância é como gente
Ã? carne, é osso
Feito do mesmo barro
Me seguro e não me entalo
No embalo da embolada
Se é branco se é preto
De perto é amarelo
Quem vai, quem vem
Chuva feminina
Num sertão bem masculino
Voa no ar
A profissão é liberá
Me refiro ao urubu
Nas brenhas dessa chapada
Onde o sol é um fuzil
Pipoco é um estrondo
Se você não me acredita
Acaba levando um tombo
No raso da catarina
O que vejo é nossa sina
Enxergo a caatinga
Branco hospital
cátia de frança - rua do ouvidor
Igual uma brisa leve é você chegando
Lá na cidade em plena ouvidor
E o teu sorriso me deu tanto calor
E então
Eu na ansiedade perdida e confundida
Meu coração batendo apressado
Me atrasei
O transito atrapalhou
Me perdoe amor
Oh
Nosso atrito
Nossa briga afundou
Entre chopes e um abraço
Sei que esse afeto nos prende a essa certeza
E como um laço e sou prisioneira dessa beleza
Milhares de canções irei criar
E... podia então teus filhos ninar
Com essa modinha
Os dois encurvados
Esses dois velhinhos
Muita história pra contar
Para contar
cátia de frança - porque é da natureza
Uma cobra obra um ovo
Bem menor que o da ema
Mas cada um tem sua gema
Que começa a ser de novo
O veneno de outra cobra
O galope de outra ema
Porque é da natureza
Recomeçar
Já com o vírus acontece
Uma coisa bem estranha
Se tira um pedaço dele
Outro pedaço ele ganha
O pedaço extirpado
Outro vírus vai formar
Porque é da natureza
Recomeçar
O amor que tu me deste
Sempre viva mina d'água
Quanto mais eu penso nele
Mais aumenta a minha mágoa
Tudo posto nessa mesa
Não se corta a planta cedo
Porque é da natureza
Matar quem morre de medo
cátia de frança - djaniras
Lagoa serena
É a face desse homem
Lugar onde passarinho água não bebe
Nem pede pousada
Arriba desse ar sereno
Alguém de sobreaviso
Onde quem manda é a piranha
Serra fina
SaberáSaberá... Saberá
Seu sangue é terra
Que ninguém pisa, ninguém conhece
Na trama que emaranha da teia
Ê... Chapadão deserto
Do peito tudinho aberto
Onde só ele se apruma
Onde os cavalos suam sal e espuma
Saberá... Saberá
Lagoa serena
É a face desse homem
Viver é perigoso
Na memória, carteira, palmatória
E na mira de um tiro
Fincado na palha e no gereba
Saberá... Saberá
Não é a toa que as djaniras no campo em flor
São filhas do menor chuvisco
Saberá... Saberá
cátia de frança - cantiga do gira roda
E o tempo roda em redor
Do giro que roda o vento
Que gira a roda do giro
Da roda que gira o tempoRoda roda gira - bis
Feito a moça bailarina
Que mira o espelho e se mira
E as saias circula as águas
Rodando no vira vira
À tarde gira seus pássaros
Atados no mesmo rol
Das asas pontas das nuvens
Que rodam dentro do sol
E tudo gira em redor
Da roda do tempo vento
Que gira a roda no sol
A roda gira no tempo
Cds cátia de frança á Venda