MELHORES MÚSICAS / MAIS TOCADAS
adoniran barbosa - iracema
Iracema, eu nunca mais eu te vi
Iracema meu grande amor foi embora
Chorei, eu chorei de dor porque
Iracema, meu grande amor foi você
Iracema, eu sempre dizia
Cuidado ao travessar essas ruas
Eu falava, mas você não me escutava não
Iracema você travessou contra mão
E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato.
- Iracema, fartavam vinte dias pra o nosso casamento
Que nóis ia se casar
Você atravessou a São João
Veio um carro, te pega e te pincha no chão
Você foi para Assistência, Iracema
O chofer não teve curpa, Iracema
Paciência, Iracema, paciência
E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato
adoniran barbosa - trem das onze
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora as onze horas
Só amanhã de manhã.
Além disso mulher
Tem outra coisa,
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar,
Sou filho único
Tenho minha casa para olhar
E eu não posso ficar.
adoniran barbosa - apaga o fogo mané
Inez saiu dizendo que ia comprar um pavio
pro lampião
Pode me esperar Mané
Que eu já volto já
Acendi o fogão, botei a água pra esquentar
E fui pro portão
Só pra ver Inez chegar
Anoiteceu e ela não voltou
Fui pra rua feito louco
Pra saber o que aconteceu
Procurei na Central
Procurei no Hospital e no xadrez
Andei a cidade inteira
E não encontrei Inez
Voltei pra casa triste demais
O que Inez me fez não se faz
E no chão bem perto do fogão
Encontrei um papel
Escrito assim:
-Pode apagar o fogo Mané que eu não volto mais
adoniran barbosa - samba do arnesto
O arnesto nos convidô prum samba, ele mora no brás
Nóis fumo e não encontremos ninguém
Nóis vortemo cuma baita duma reiva
Da outra veiz nóis num vai mais
Nóis não semos tatu!
Outro dia encontremo com o arnesto
Que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos
Isso não se faz, arnesto, nóis não se importa
Mais você devia ter ponhado um recado na porta
Anssim: "ói, turma, num deu prá esperá
A vez que isso num tem importância, num faz má
Depois que nóis vai, depois que nóis vorta
Assinado em cruz porque não sei escrever arnesto"
adoniran barbosa - tiro ao álvaro
De tanto levar frechada do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar
Táuba de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar
Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno e striquinina
que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais do que atropelamento de automóvel
Mata mais que bala de revórver
adoniran barbosa - saudosa maloca
Si o senhor não istá lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse edifício arto
Era uma casa véia
Um palacete abandonado( Assobradado e não abandonado. )
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construimos nossa maloca
Mais, um dia
nem quero me lembrá
Veio os home c'as ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemo tudo a nossas coisa
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que eu sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homi istá co'a razão
Nós arranja outro lugá
Só se conformemos quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertô"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida
adoniran barbosa - carolina
Lá vai ela
Carolina vai embora da favela
Lá vai ela
Carolina vai embora da favela
Ela escreveu um livro
Sobre a vida de um cortiço
O que ela escreveu
Tá causando reboliço
Carolina é um sucesso
Vão levá-la pra cidade
Até querem que ela faça
Conferência na Argentina
Ela agora é importante
Vai virar celebridade
Todo mundo na cidade
Quer saber da Carolina
Carolina autografando livro
Carolina em tudo que é jornal
Carolina conhecendo gente
Carolina em crônica social
Carolina na televisão
Carolina de vestido novo
Carolina com o governador
Carolina não é mais do povo
Só dá ela
Carolina nem se lembra da favela
Só dá ela
Carolina nem se lembra da favela
Carolina não escreve
Não tem mais tempo pra isso
E nem lembra mais do tempo
Que vivia no cortiço
Carolina foi morar
Num importante arranha-céu
Mil visitas todo dia
Está sempre em coquetel
Até que de repente
Deixa de ser novidade
Sai da moda e é somente
Carolina novamente
Carolina não tem mais dinheiro
Carolina não sai no jornal
Carolina não vai mais a festa
Carolina não interessa mais
Carolina não paga aluguel
Carolina sai do arranha-céu
Carolina vai fazer o que?
Carolina vai catar papel
Lá vem ela
Carolina está de volta pra favela
Lá vem ela
Carolina está de volta pra favela
adoniran barbosa - roubaram a lagosta
Na praça júlio mesquita
Tem a estátua da lagosta
Quem passa de longe enxerga
Quem passa de perto gosta
E a lagosta de bronze
Fica esperando bom dia
Mas tem gente distraída
Que nem para ela espia.
Por uma razão muito forte
Ela em bronze foi lembrada
Inauguração na praçaUma fita foi cortada,
Teve discurso, foguetes,
Teve churrasco e bebidas,
Teve mágicos e palhaços,
Futebol, flerte e corrida.
Mas isso ficou para trás
Não sei que forma que tinha
Essas coisas não se faz
Agulha não vai sem linha
Deixe a lagosta em paz
Muito bom ficar sozinha
Mas é melhor ficar seca ou molhada
Do que ser derretida ou roubada.
adoniran barbosa - véspera de natal
Eu me lembro muito bem
Foi numa véspera de natal
Cheguei em casa
Encontrei minha nega zangada, a criançada chorando,
Mesa vazia, não tinha nada.
Saí, fui comprar bala mistura,
Comprei também um pãozinho de mel
E cumprindo a minha jura,
Me fantasiei de papai noel
Falei com minha nega de lado
Eu vou subir no telhado
E descer na chaminé
Enquanto isso você
Pega a criançada e ensaia o dingo-bel
Ai meu deus que sacrifício
O orifíciu da chaminé era pequeno
Pra me tirar de lá
Foi preciso chamar,
Os bombeiros
adoniran barbosa - joga a chave
Não perturbo mais teu sono
Chego a meia noite sim
Ou então a qualquer hora
Joga a chave meu bem
Aqui fora tá ruim demais
Cheguei tarde perturbei teu sono
Amanhã eu não perturbo mais
Joga a chave meu bem
Aqui fora tá ruim demais
Cheguei tarde perturbei teu sono
Amanhã eu não perturbo mais
Faço um furo na porta
Amarro um cordão no trinco
Pra abrir pro lado de fora
Não perturbo mais teu sono
Chego à meia-noite sim
Ou então à qualquer hora
Joga a chave meu bem
Aqui fora tá ruim demais
Cheguei tarde perturbei teu sono
Amanhã eu não perturbo mais
Faço um furo na porta
Amarro um cordão no trinco
Pra abrir pro lado de fora
Não perturbo mais teu sono
Chego à meia-noite sim
Ou então à qualquer hora
adoniran barbosa - conselho de mulher
Falado:
"Quando deus fez o homem,
Quis fazer um vagulino que nunca tinha fome
E que tinha no destino,
Nunca pegar no batente e viver forgadamente.
O homem era feliz enquanto deus assim quis.
Mas depois pegou adão, tirou uma costela e fez a mulher.
Deis di intão, o homem trabalha prela.
Mai daí, o homem reza todo dia uma oração.
Se quiser tirar de mim arguma coisa de bão,
Que me tire o trabaio. a muié não!".
Pogressio, pogressio.
Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem do trabaio.
Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar.
Quanto tempo nóis perdeu na boemia.
Sambando noite e dia, cortando uma rama sem parar.
Agora iscuitando o conselho das mulheres.
Amanhã vou trabalhar, se deus quiser, mas deus não quer!
Pogressio, pogressio.
Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem do trabaio.
Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar.
Quanto tempo nóis perdeu na boemia.
Sambando noite e dia, cortando uma rama sem parar.
Agora iscuitando o conselho das mulheres.
Amanhã vou trabalhar, se deus quiser, mas deus não quer!
adoniran barbosa - torresmo à milanesa
O esquadrão da obra bateu onze hora
Vam s'embora, joão!
Vam s'embora, joão!
O esquadrão da obra bateu onze hora
Vam s'embora, joão!
Vam s'embora, joão!
Que é que você trouxe na marmita, dito?
Trouxe ovo frito, trouxe ovo frito
E você beleza, o que é que você trouxe?
Arroz com feijão e um torresmo à milanesa,
Da minha tereza!
Vamos almoçar
Sentados na calçada
Conversar sobre isso e aquilo
Coisas que nóis não entende nada
Depois, puxá uma páia
Andar um pouco
Pra fazer o quimo
É dureza joão!
É dureza joão!
É dureza joão!
É dureza joão!
O mestre falou
Que hoje não tem baile não
Ele se esqueceu
Que lá em casa não sou só eu
adoniran barbosa - abrigo de vagabundos
Eu arranjei o meu dinheiro
Trabalhando o ano inteiro
Numa cerâmica
Fabricando potes
e lá no alto da Moóca
Eu comprei um lindo lote dez de frente e dez de fundos
Construí minha maloca
Me disseram que sem planta
Não se pode construir
Mas quem trabalha tudo pode conseguir
João Saracura que é fiscal da Prefeitura
Foi um grande amigo, arranjou tudo pra mim
Por onde andará Joca e Matogrosso
Aqueles dois amigos
Que não quis me acompanhar
Andarão jogados na avenida São João
Ou vendo o sol quadrado na detenção
Minha maloca, a mais linda que eu já vi
Hoje está legalizada ninguém pode demolir
Minha maloca a mais deste mundo
Ofereço aos vagabundos
Que não têm onde dormir
adoniran barbosa - o casamento do moacir
A turma da favela convidaram-nos
Para irmos assistir
O casamento da gabriela com o moacir
Arranjemos uma beca preta
E um sapato branco bem apertado no pé
E se apreparemos para ir
Na catedral lá da vila ré
Quando os noivos estava no artar
O padre começou a perguntar
Umas coisas assim em latim:
Qualquer um de vodis aqui presenti
Tem alguma coisa de falar contra esses bodis?
Seu padre, apara o casamento!
O noivo é casado, pai de sete rebento
Fora o que está pra vir
O pai é esse aí - o moacir!
Que vexame!
A noiva começou a soluçar
Porque o noivo não passou no exame nupiciar
Já acabou-se a festa
Porque nóis descobriu
O moacir era casado
Cinco vez, lá no estado do rio
adoniran barbosa - bom dia tristeza
Bom dia tristeza
Que tarde tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando até meio triste
De estar tanto tempo longe de você
Se chegue tristeza
Se sente comigo
Aqui nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar
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